O Brasil virou alvo estratégico para gigantes chinesas — não só para testar o mercado, mas para investir pesado. Segundo dados da Apex Brasil, já são cerca de R$ 27 bilhões em investimentos planejados dessas empresas no país.
E por que o Brasil desperta tanto interesse? Para especialistas como Marcos Gouvêa de Souza, o país combina condições naturais valiosas — terra, clima, recursos — com know-how local no agronegócio. A aposta? Transformar o Brasil de exportador de commodities em produtor de valor agregado.
🚗 BYD: A potência elétrica desembarca com força
A BYD já operava timidamente no Brasil (são 150 veículos vendidos até agora) — mas agora dá um salto estratégico. A empresa acaba de anunciar R$ 5,5 bilhões em investimento para erguer uma fábrica em Camaçari (BA), no antigo complexo da Ford. Será a maior planta de automóveis da BYD fora da Ásia.
Com esse movimento, a BYD mira não só retomar o volume de vendas automotivas, mas superá-lo — apostando que o mercado brasileiro pode voltar aos picos de 3,5 milhões de unidades vendidas ao ano.
📱 Jovi Mobile: “Made in Brasil” logo na estreia
A Jovi Mobile já está operando no país com produção local, instalada na Zona Franca de Manaus (1.200 aparelhos por dia), com mais de mil colaboradores e cinco modelos lançados até agora.
E para mostrar credibilidade, a marca inaugurou um espaço dentro da megaloja Casas Bahia na zona sul de São Paulo. É um lançamento que une presença física e geração local.
🛵 Keeta: delivery chinês com ambição agroindustrial
A Keeta, braço da Meituan, chegou com tudo: anuncia US$ 5,6 bilhões de investimento nos próximos cinco anos para entrar no mercado brasileiro.
O plano inclui criar uma operação de 100 mil empregos indiretos e uma central no Nordeste com 3 a 4 mil vagas diretas.
🍽️ Didi (99Food): retorno com grandiosidade
A empresa chinesa Didi, por meio da 99Food, volta ao Brasil com força. Investimento inicial de R$ 500 milhões, e um ambicioso pacote de R$ 6 bilhões em apoio a entregadores e intervenções no ecossistema de delivery.
Entre as apostas: veículos elétricos (motos/bikes) para entregadores e parcerias com órgãos públicos, como o Ministério da Saúde.
🚗 GWM: fabricação nacional para acelerar presença
A GWM inaugurou em agosto uma fábrica em Iracemápolis (SP), com capacidade para 50 mil carros/ano.
Na primeira fase, investiu R$ 4 bilhões e projeta mais R$ 6 bilhões entre 2027 e 2032 — totalizando R$ 10 bilhões. A meta? Produzir 250 a 300 mil veículos no Brasil.
🍦 Mixue: sorvetes chineses invadem a Paulista
A rede de bebidas e sorvetes Mixue escolheu o Shopping Cidade São Paulo (Paulista) para abrir sua primeira loja no Brasil.
Com mais de 46 mil unidades globalmente, a marca garante que o investimento será de R$ 3,2 bilhões até 2030, gerando 25 mil empregos.
☕ Luckin Coffee: aposta no café brasileiro
A Luckin Coffee ainda não opera no Brasil, mas já deu movimentos estratégicos: contratos para comprar até 240 mil toneladas de café brasileiro até 2029 (US$ 2,5 bilhões).
O próximo passo seria montar um escritório local e lançar operações no país.
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