Já vivemos a era da publicidade, com a era de ouro da criação e dos filmes publicitários. Todo mundo tem na memória um daqueles comerciais que eram verdadeiras superproduções, gastando milhões para aparecer no horário nobre da TV aberta. Depois, vivemos a era do planejamento, liderada por Júlio Ribeiro. E não é que uma coisa substituiu a outra. As agências foram se especializando, e tudo foi se somando. Mas hoje (diria que já há alguns anos), temos um novo cenário. Estamos vivendo a era das mídias – mas não das mídias tradicionais.
Hoje, tudo virou mídia: o uniforme dos funcionários, o fundo da tela do Zoom, o ponto de venda instagramável, os pratos onde a comida é servida, a caixa da pizza, as embalagens do delivery, os comentários nas redes sociais, as equipes, os funcionários, os CEOs e executivos influenciadores das suas marcas, avatares com personalidade e, claro, o Instagram, o Facebook e o TikTok. E será que o Orkut vai renascer também? rsrs
O fato é que tudo virou mídia, e essa mídia gera resultados, relevância para a marca e para o cliente. O ponto agora é como as marcas estão capacitando seus times para esse momento. Esse é o grande desafio das empresas hoje, dos departamentos de marketing e das agências de comunicação, que nunca foram tão cobradas por ROI – o retorno sobre investimento. Brinco que até tirei minha HP da gaveta, porque o publicitário agora precisa fazer contas.
Executivos como mídia
Algo que também vem ganhando força nos últimos anos é o papel dos próprios executivos como grandes mídias das marcas que representam. Um excelente exemplo é Renata Vichi, CEO do Grupo CRM (Kopenhagen e Chocolates Brasil Cacau), que se tornou uma figura de destaque dentro e fora da empresa. Sua presença ativa e estratégica nas redes sociais e eventos reforça a conexão da marca com o público, criando uma proximidade inspiradora e humana.
Outro caso é o de Caito Maia, fundador da Chilli Beans, uma das personalidades mais carismáticas e engajadas do mercado de franquias. Sua presença constante nas mídias sociais, junto com sua energia irreverente, faz com que ele não apenas represente a marca, mas seja uma extensão dela, gerando identificação e fidelidade com o público.
Carlos Semenzato, assim como Caito e Renata, construiu sua reputação sendo um dos principais porta-vozes das redes em que atua. Semenzato, por exemplo, é um caso recente de um executivo que expandiu a visibilidade do Grupo SMZTO, associando sua imagem ao crescimento e à solidez das marcas que compõem o grupo, sendo um grande defensor das franquias e da cultura de rede.
Esses executivos não apenas lideram suas empresas, mas são mídias ambulantes, capazes de inspirar, influenciar e mover mercados por meio de suas histórias e exemplos pessoais.
As novas mídias e o funcionário como influenciador
Um exemplo interessante desse novo cenário é a história da Maya Smith. Quando era funcionária do Starbucks, ela começou a postar vídeos da sua rotina no trabalho no TikTok. Para se ter uma ideia do alcance da barista, um dos vídeos que ela publicou, preparando um “Skittles Frappuccino”, alcançou quase 6 milhões de curtidas. Uma análise que vimos na IFA (maior feira de franchising do mundo) mostrou que, sempre que ela postava, isso aumentava as vendas do produto em toda a região. As pessoas viam e ficavam com vontade de consumir.
Esse é um ótimo exemplo de como tudo, tudo mesmo, pode virar mídia. De uma forma não estruturada, essas novas mídias são as grandes mídias atualmente.
E, em função disso, estão surgindo formas de preparar os funcionários para que também possam potencializar essas mídias. Existem plataformas específicas para isso, que ajudam o funcionário a criar posts e, se a publicação tiver engajamento, o colaborador é remunerado.
A Franquia Extranet, empresa do Grupo MD que facilita a comunicação entre os franqueados e o franqueador, agora também possibilita que os funcionários das franquias façam posts com formatos pré-criados.
Outro exemplo de que tudo vira mídia são as prateleiras do Whole Foods, a rede varejista americana. Os funcionários passaram a receber treinamento de como organizar os legumes e vegetais, e essa nova organização tornou os corredores “instagramáveis”.
Conclusão
As possibilidades são infinitas. As mídias deixaram de ser apenas a TV, o rádio, e os outdoors. Elas ainda têm sua importância, sim, mas precisamos nos adaptar e criar soluções para que essas novas mídias sejam usadas no seu potencial máximo. Como venho destacando já a algum tempo, este é o momento de consolidar sua presença digital, seus canais de mídia, seja você PJ ou PF. Se você ainda não está nesse estágio, meu amigo, corre, porque já está saindo atrasado!
(*) Denis Santini é CEO da CommUnit, a maior comunidade voltada para franqueados performarem melhor e crescerem, fundador do Grupo MD, um dos principais grupos de comunicação para franquias e varejo, conselheiro (IBGC) de empresas como Bibi Calçados, Conin e ACSP, franqueado e professor do MBA na FIA.