O último trimestre do ano costuma ser marcado por metas aceleradas, campanhas intensas e entregas estratégicas. Esse ritmo, embora natural para o fechamento de ciclo, pode gerar estresse emocional e desgaste silencioso em equipes que não estão preparadas para lidar com a pressão.
Segundo a psicóloga e especialista em saúde mental corporativa Jéssica Palin, é possível alcançar resultados sem sacrificar o bem-estar dos colaboradores. “Resultados consistentes vêm de planejamento emocional e limites bem definidos”, afirma.
🚨 O alerta dos números
A preocupação não é apenas teórica. Em 2024, o Brasil registrou quase meio milhão de afastamentos por transtornos mentais, o maior índice da década, com crescimento de 68% em relação ao ano anterior, segundo o Ministério da Previdência Social.
No caso específico do burnout, reconhecido pela OMS como doença ocupacional, os registros cresceram de forma contínua entre 2014 e 2024, atingindo seu pico no último ano. Estudos indicam que cerca de 30% dos trabalhadores brasileiros relatam sintomas compatíveis com a síndrome.
🧩 Planejamento emocional como estratégia
Para Jéssica Palin, o segredo está em incluir o emocional no planejamento corporativo. Isso significa:
- Definir prioridades claras
- Dividir entregas em etapas gerenciáveis
- Prever margens para imprevistos
- Incorporar pausas deliberadas no fluxo de trabalho
A especialista ressalta que há diferença entre momentos naturalmente intensos e o caos constante. “Existem fases em que o ritmo precisa ser acelerado, e isso é normal. O problema é viver apagando incêndios e tratando tudo como urgência. Esse ambiente é fértil para o burnout”, explica.
Empresas que adotaram programas estruturados de saúde mental já colhem resultados práticos: redução de até 30% no absenteísmo, maior engajamento e retenção de talentos.
🔑 Como prevenir burnout e manter engajamento
Durante o trimestre mais intenso, algumas práticas podem equilibrar exigência e suporte humano:
- Rituais de encerramento para cada ciclo de tarefas, ajudando no fechamento emocional.
- Pausas estruturadas e incentivo ao distanciamento digital.
- Revisão periódica de metas, ajustando desafios ao ritmo real da equipe.
- Comunicação transparente sobre prazos e expectativas.
- Monitoramento emocional contínuo, com check-ins e feedbacks regulares.
Nesse processo, a liderança tem papel central: gestores atentos ao clima emocional podem agir preventivamente e evitar que o esgotamento se torne visível.
⚠️ O risco de negligenciar o emocional
Ignorar a saúde mental no ápice do ano pode trazer consequências sérias: aumento do absenteísmo, queda de produtividade, rotatividade inesperada e presenteísmo — quando o colaborador está fisicamente presente, mas com foco reduzido. Além disso, o clima organizacional pode se deteriorar, corroendo vínculos de confiança e dificultando a colaboração.
🌱 Conclusão
No ambiente corporativo, onde prazos e resultados são exigências constantes, cuidar do emocional não é luxo: é diferencial competitivo. Ao promover saúde mental e equilíbrio no fechamento de ciclo, as empresas garantem não apenas resultados imediatos, mas também a coesão e sustentabilidade das equipes para o próximo ano.
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