Em um mundo cada vez mais conectado, construir uma narrativa forte e coerente é uma vantagem competitiva — seja para marcas, profissionais ou até países. Visitar a Expo 2025 em Osaka foi um lembrete poderoso disso.
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O que é a Expo 2025?
A Expo Mundial é muito mais do que uma feira internacional: ela é um palco global para países apresentarem sua cultura, tecnologia, inovação e visão de futuro. Trata-se de uma vitrine — e, ao mesmo tempo, um espelho. Mostra como os países querem ser vistos pelo mundo e o quanto estão preparados para sustentar essa imagem.
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Experiências que ensinam
Essa não foi minha primeira Expo. Em 2010, tive a oportunidade de visitar a Expo de Shanghai, na China, quando morava por lá. A mensagem chinesa era clara e poderosa: um país moderno, conectado ao futuro e pronto para liderar o mundo. Foram mais de 70 milhões de visitantes e, como resultado, a China colheu um boom de investimentos, melhorias em infraestrutura e uma percepção internacional muito mais favorável.
Não se trata de um caso isolado. Algumas Expos marcaram profundamente a imagem de países no cenário global:
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Paris, 1889: deu ao mundo a Torre Eiffel, símbolo eterno da cidade e da engenharia francesa.
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Montreal, 1967: fortaleceu o orgulho canadense e impulsionou o turismo por décadas.
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Osaka, 1970: consolidou a imagem de um Japão inovador e resiliente, já mirando o século XXI.
Esses eventos não são apenas celebrações culturais — são estratégias de branding em escala nacional.
E o Brasil?
Na Expo 2025, fiquei positivamente surpreso com o pavilhão brasileiro. Mais do que uma boa experiência visual e sensorial, o espaço conseguiu comunicar com clareza a essência do Brasil: emoção, criatividade, diversidade e — o mais estratégico — a conexão cultural profunda com o Japão, por meio da comunidade nikkei.
A narrativa foi construída com equilíbrio, elegância e intencionalidade. E isso é raro. Muitos países ainda tropeçam ao tentar traduzir sua identidade em uma linguagem universal. O Brasil acertou o tom.
Vender um país é como vender uma marca
Essa visita me trouxe uma reflexão importante: vender um país não é muito diferente de vender uma marca ou até uma carreira profissional.
Você precisa de três elementos essenciais:
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Clareza de identidade — saber quem você é, o que representa e o que quer comunicar.
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Consistência na mensagem — manter o mesmo discurso em todos os pontos de contato.
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Coragem para sonhar grande — porque só impacta quem tem ousadia de se posicionar com ambição.
A Expo é um palco. E, como em qualquer palco, quem entende o poder da narrativa e se apresenta com propósito, sai na frente.