No cenário atual da taxação e das Bets, pra onde o varejo deve olhar?
O cenário do varejo brasileiro em 2024 não está para amadores!
Vivenciamos diversas questões críticas no setor varejista, desde a inundação dos Market Places chineses entregando na porta do nosso cliente, até a necessidade vital de descobrir a próxima Trend para viralizar um produto com influenciador digital. Mas mais do que nunca, vemos dois bichos querendo comer nosso negócio: O Leao e o Tigre.
Do lado do Leão temos a alta dos impostos. No Rio de Janeiro tivemos a recente elevação do ICMS. E no âmbito Federal, temos a fome de um governo que por não buscar reduções efetivas e controle de gastos, vislumbra frequentemente os aumentos e mais aumentos de alíquotas e taxações.
Já do lado do Tigre, temos uma alarmante crescente popularidade dos jogos de azar, encapsulados no fenômeno das apostas esportivas. Popularmente conhecido como “jogo do Tigrinho” (pois um dos caça-niqueis online é um tigre com jackpot de prêmios em dinheiro, sons e cores chamativas) , esses casinos online estão comendo mais de 60 bilhões de reais da economia real. Além de ter movimentado entre 130 a 150 bilhões , segundo dados do SBVC – Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo.
Essa situação exige uma reflexão aprofundada de todos nós do Varejo, pois esses recursos estão se esvaindo do consumo.
A popularidade de plataformas de Apostas Esportivas e Casinos Online revela uma nova forma de consumo, onde o dinheiro que poderia ser gasto em produtos ou serviços do varejo é, muitas vezes, redirecionado para os jogos de azar. Que sequer pagam impostos no nosso país, pois são sediada em paraísos fiscais bem longe do fisco e regulação Brasileira.
Segundo dados recentemente coletados sobre esses impactos na SBVC, 63% dos apostadores, afirmam que parte de sua renda já está comprometida com as apostas online. Sendo que 23% deixou e comprar roupas, 19% deixou de comprar supermercado , 14% produtos de beleza e 11% cuidados com a saúde.
A CBN noticiou também em matéria recente no seu portal, que é frequente o aumento de internação em clinicas de reabilitação, os viciados dessa apostas, reforçando objetivamente a clara preocupação com esse assunto.
E obviamente, além do mercado no que diz respeito ao consumo, temos um alerta para o mercado de Trabalho. Vivencio diariamente a rotina dos meus mais de 200 colaboradores e tem sido notável a queda de rendimento em alguns departamentos, que estão sendo afetados tanto por funcionários que utilizam os jogos em horário de trabalho como também efeitos psicológicos da perda de recursos financeiros que afetam seu psicológico e consequente execução das tarefas no expediente.
A resposta simples para esses dois felinos, se é que podemos chamar de simples, passa pela política ( ou a pressão que ela tem que sentir para se mexer contra isso ); Aumento da taxação e regulamentação para as Bet´s e melhorias no que diz respeito ao ambiente de negócios e fomento para o empreendedor brasileiro.
Mas sabendo que estamos em terras tupiniquins, gosto sempre de trazer o olhar prático que prego no meu dia a dia. Logo a busca tem que ser uma só: Foco no seu negócio! Lente de aumento para focar nas margens, reduções de custos e maneiras diferentes para incrementar canais de venda e consequentemente receita.
A resiliência se torna a palavra-chave. O varejo sempre foi um setor de constantes mudanças, e os negócios mais bem-sucedidos são aqueles que conseguem se adaptar às novas realidades. Devemos nos preocupar em fazer mais com menos, atento ao que realmente importa e priorizando o caixa.
Para o time interno, reuniões de acompanhamento e conscientização da liderança para o momento em que vivemos é um dever estratégico crucial. Nos departamentos com mais profissionais de “primeiro emprego” ou que contêm em seu quadro um público mais jovem, vale investir em instrução e educação para que não caiam na tentação ( e ganância ) do papo de dinheiro fácil que os influenciadores vendem ao propagar as Bets por ai.
Sabemos bem que não existe segredo e mais importante do “o que” fazer é o “como” fazer. Então amigos varejistas: arregaçar as mangas, alinhar os times passando a diretriz de pra onde vamos e começar a caminhar na selva do Varejo, desviando do Tigre e enfrentando o leão …