Desde os tempos antigos, contar pessoas nunca foi apenas uma questão de números, sempre foi um ato de poder, estratégia e controle. No Egito, faraós usavam o recenseamento para mobilizar exércitos e planejar o futuro do império. Em Roma, o Census era mais do que uma contagem, era a base do sistema social, econômico e militar.
Na Bíblia, os Censos aparecem em diversos momentos, com o primeiro sendo ordenado por diretamente por Deus a Moisés e Arão no deserto do Sinai. Em que foram contados todos os homens com 20 anos ou mais, chegando ao número total de 603.550 aptos para a guerra.
O Evangelho de Lucas descreve um Censo romano que teve um papel fundamental na história do nascimento de Jesus. Essa é a verdade escondida sob milhares de tabelas e mapas: o Censo é uma das ferramentas mais antigas da civilização.
Agora imagine desperdiçar tudo isso, deixar essa sabedoria ancestral mofando enquanto decisões estratégicas são tomadas com base em achismos e intuições. Tamanho tesouro está à sua espera, os dados atualizados do Censo de 2022 e suas projeções estão prontos para sua consulta.
Muito valor aprisionado
O governo brasileiro, por meio do IBGE, gastou R$ 3 bilhões para levantar informações que cobrem cada canto do país: renda média, densidade populacional, padrões de consumo, estrutura familiar, escolaridade, mobilidade.
Entra em cena o Geomarketing: a arte de ler o território com olhos de estrategista, cruzando mapas com comportamento, demografia com desejo, consumo com cultura.
Acessar esse conhecimento, permite que gestores de redes pensem grande como pensavam os imperadores, só que agora, não mais limitados por mensageiros a cavalo, os dados fluem na velocidade da luz e são continuamente atualizados.
Ontem e hoje
- Durante milênios, civilizações usaram Censos para sobreviver às guerras e prever escassez. Hoje, usamos para abrir novas lojas com mais chance de sucesso.
- Antes, contávamos homens para saber quantos podiam empunhar espadas. Agora, contamos famílias para saber quem está pronto para comprar uma geladeira.
- O território antes era conquistado pela força. Agora, é disputado com inteligência.
E, mesmo assim, muitos gestores ainda confiam mais em critérios subjetivos do que em mapas que mostram, com clareza, onde está a demanda e onde mora o desperdício.
Isso muda o jogo
Empresas que adotam o Geomarketing podem:
- Economizar milhões evitando pontos comerciais mal posicionados
- Maximizar ROI em campanhas locais
- Evitar canibalização entre unidades
- Adaptar mix de produtos ao perfil da vizinhança
- Planejar expansão como Júlio César planejava suas marchas, com lógica, escala e visão
O que se repete, através dos séculos, não é o valor do dado em si, mas o desejo humano de entender o território onde habita. O Censo sobreviveu a impérios, cruzadas, revoluções e pandemias porque responde à pergunta mais fundamental de todas:
Quantos somos, onde estamos e o que precisamos?
Agora, cabe a nós interpretar esse legado com ferramentas à altura do nosso tempo, para transformar o que era burocracia em vantagem estratégica.