Entre os dias 25 e 28 de junho de 2025, um evento atraiu 60 mil pessoas: a Expo ABF. Ao todo, 420 marcas reuniram-se em um só lugar, incluindo 115 estreantes. Potenciais investidores transitaram pelos corredores, atentos às oportunidades escondidas em conversas informais, trocas de contatos e apertos de mão.
O que levou tanta gente a se aglomerar em busca de algo tão abstrato quanto o franchising? A resposta está num dilema conhecido por quase todo brasileiro: a luta cotidiana entre a proteção ilusória de um emprego e o desafio incerto do empreendedorismo.
Cerca de 70% dos trabalhadores brasileiros recebem menos de dois salários mínimos, distribuídos assim:
- 35% recebem até 1 salário mínimo
- 35% recebem entre 1 e 2 salários mínimos
Mesmo para quem consegue romper essa barreira, o conforto pode evaporar do dia para a noite, deixando um vácuo assustador.
Do outro lado, o empreendedorismo tradicional promete liberdade financeira, mas traz riscos imensos: mais de 60% das empresas fecham suas portas em menos de cinco anos.
É aqui, exatamente nesse ponto entre o risco e a segurança, que emerge o franchising como uma espécie de terceira via, um caminho intermediário, mais seguro, mas não completamente sem riscos.
Dados revelam que 15% das franquias fecham, uma taxa quatro vezes menor que os negócios independentes.
Os perigos permanecem e surgem principalmente por:
- Falta de capital de giro: gastar toda energia e dinheiro na inauguração sem se preparar para os meses seguintes é como colocar combustível só para a decolagem, esquecendo que ainda é preciso voar.
- Escolha equivocada do ponto comercial: os custos de reforma, mercadoria e mão de obra são os mesmos em pontos bons e ruins, cuide bem para estar nos lugares certos.
- Suporte ineficiente do franqueador: a promessa do franchising é exatamente essa, apoio qualificado.
- Problemas de gestão: nem o melhor modelo de negócios do mundo sobrevive à má administração.
Por que o franchising resiste melhor?
Porque ele propõe uma solução coletiva para desafios individuais.
Dois dos quatro maiores problemas das empresas, o ponto comercial e o suporte técnico, são justamente áreas em que as franquias oferecem grande auxílio.
Pense no filme A Forja. Na cena da espada, não é um único personagem que sustenta a missão, mas várias mãos trabalhando juntas, compartilhando o peso e o propósito.
No mundo das franquias, essa metáfora ganha vida. O franqueado assume o risco pessoal, sim, mas nunca sozinho. Conta com o know-how de quem já fez antes, treinamentos constantes e o apoio da rede, com outros franqueados compartilhando aprendizados e soluções.
No fim das contas, é você quem segura a espada, mas percebe, com alívio, que há muitas mãos garantindo que ela não caia. Porque o franchising, mais que um modelo de negócios, é uma lição sobre como alianças bem feitas podem levar mais longe.
Entre as empresas expositoras, estava a Mapfry, demonstrando como a inteligência territorial é um recurso estratégico para redes de franquias.
Mais uma prova de que, em franchising, o sucesso raramente é obra do acaso.