O grupo espanhol de cosméticos e moda Puig encerrou os primeiros nove meses de 2025 com resultados animadores: as vendas comparáveis (isto é, ajustadas pelas variações cambiais) cresceram 7%, atingindo cerca de 3,6 bilhões de euros.
Quando consideradas as vendas “publicadas” (sem o ajuste cambial), o crescimento foi de 4,9%, refletindo o impacto desfavorável da oscilação das moedas.
Desempenho por trimestre
No terceiro trimestre, especificamente, o grupo registrou vendas de 1,297 bilhão de euros, com um aumento de 6,1% em termos comparáveis e de 3,2% em termos publicados.
Como os segmentos se comportaram
A Puig divide seu negócio em três grandes segmentos: Perfumes & Moda, Maquiagem e Cuidados com a Pele. Veja como cada um performou:
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Perfumes & Moda (aproximadamente 73% da receita): cresceu 6,4% em termos comparáveis e 4,1% em termos publicados.
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Maquiagem (cerca de 16% da receita): apresentou crescimento de 8,3% em termos comparáveis e de 6,4% em termos publicados.
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Cuidados com a Pele (aproximadamente 11% da receita): foi o segmento com melhor desempenho, com avanço de 9,2% em termos comparáveis e 8,1% em termos publicados.
Comentários da liderança
Segundo Marc Puig, presidente e CEO da companhia: “A Puig apresentou mais um trimestre de resultados sólidos, sustentados pelo crescimento contínuo em todos os segmentos de negócios e pela solidez de nossas marcas”. Ele acrescentou que a empresa “entra na temporada de festas com total confiança de que atingiremos nossas projeções para o ano”.
O que esses números significam para o varejo de beleza
Para o setor de varejo de moda e cosméticos — especialmente no Brasil — os resultados da Puig revelam algumas tendências relevantes:
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O fato de os cuidados com a pele terem crescido mais rapidamente sugere que esse segmento segue ganhando importância estratégica — para marcas, distribuidores e varejistas.
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Há uma continuidade de crescimento em maquilhagem, o que reforça que produtos de médio e alto valor agregado ainda encontram demanda resiliente.
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Mesmo o segmento de perfumes & moda, que já representa a maior parte da receita, continua crescendo — o que indica que o mercado premium de fragrâncias ainda tem fôlego.
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Contudo, o impacto cambial reforça que empresas que dependem de exportações ou de cadeias internacionais precisam antecipar estratégias para lidar com variações monetárias — algo particularmente relevante para o Brasil, com seu histórico de instabilidade cambial.
Implicações para o mercado brasileiro
Para o varejo de moda e beleza no Brasil, onde você está desenvolvendo conteúdos estratégicos, vale considerar:
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Como as marcas internacionais premium podem replicar esse crescimento no Brasil: adaptação de portfólio, mix de canais (online + lojas físicas), e campanhas de marketing localizadas.
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A importância de fortalecer o segmento de skin care como motor de crescimento — isso pode demandar investimento em treinamento de equipe, experiência em loja, e storytelling de produto mais sofisticado.
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A necessidade de monitorar o câmbio, custos de importação e logística: para marcas que importam ou dependem de insumos externos, essas variáveis têm impacto direto no preço final ao consumidor e na margem.
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A temporada de fim de ano (celebrações, presentes, lançamentos) continua sendo um momento-chave — o otimismo declarado pela Puig reforça que há uma janela para campanhas de alto impacto.
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