Mais difícil do que levar um negócio até o crescimento é mantê-lo no topo. Altas taxas de juros, mudanças no comportamento dos clientes, custo operacional mais alto a cada dia. A lista de desafios é longa.
O Brasil tem uma taxa alta de mortalidade de empresas. Este ano, para agravar a situação, os negócios bateram recorde de inadimplência, chegando ao patamar de 8 milhões de CNPJs com dívidas atrasadas, segundo o Serasa.
No meio desse turbilhão que o varejo e o ecossistema empreendedor como um todo vivem, quais são as possibilidades de ter uma empresa longeva?
A longevidade é um processo
Não existe uma fórmula exata para um negócio duradouro. Entretanto, ao observar outras empresas, é possível perceber que esse sucesso foi plantado desde o primeiro dia.
No livro Feitas Para Durar, dos autores Jim Collins e Jerry I. Porras, encontramos algumas características essenciais que empresas longevas e visionárias aplicaram. Algo que os autores destacam e que me chama atenção é a ideologia central que essas empresas possuem.
O que eles afirmam é que um negócio visionário tem um propósito que vai além do lucro e esse propósito nunca se perde, mesmo com o crescimento da empresa.
E ainda que a meta central não seja a lucratividade, essas empresas estimulam sempre o crescimento.
Para eles, as empresas visionárias também produzem ótimos líderes, focados em manter a cultura e proporcionar o crescimento do time.
Ou seja, uma empresa longeva já busca construir essas características na sua fundação e vai crescendo ao redor delas.
A visão estratégica precisa de atenção
Em conjunto com uma base forte, é preciso ter visão estratégica para manter o crescimento. Nesse quesito, o varejo encontra alguns gargalos.
Muitos empreendedores ainda têm dificuldade de se adaptar a novas práticas e ferramentas, prejudicando o desenvolvimento do negócio.
Segundo uma pesquisa da consultoria Bip:
- 83% dos varejistas precisam aperfeiçoar as estratégias para colocar o cliente no centro do negócio;
- 70% afirmam que os canais digitais da empresa não são intuitivos;
- 83% não priorizam o uso dos dados da jornada do cliente.
Os três pontos levantados pela pesquisa são centrais para o crescimento de qualquer empresa, não somente no varejo. Ainda assim, uma grande parte dos varejistas os ignoram ou sentem dificuldades em promovê-los.
E sem esse tipo de visão estratégica fica muito mais complexo construir uma empresa longeva.
Varejo precisa de condições para crescer
Não existe varejo forte em um país fraco. Também faz parte de construir uma empresa longeva estar em um ambiente que proporcione condições de crescimento.
Isso não significa terceirizar a responsabilidade mas, sim, entender como o externo afeta o negócio. Em alguns momentos, será mais fácil crescer, já em outros um pouco mais complexo.
Empresas varejistas longevas compreendem cada momento, tomando decisões certeiras sobre quando e como expandir. Dar um passo em falso quando a situação está desfavorável pode causar prejuízos imensos.
A longevidade, portanto, nasce da articulação de vários fatores que nem sempre são simples, mas que impactam profundamente nos resultados da empresa.
O objetivo de uma empresa sempre deve ser gerar resultados positivos. Afinal, o seu sucesso afeta diretamente a vida de diversas pessoas. Olhar para a longevidade com estratégia e cuidado é o melhor caminho.
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