Como vai a política brasileira? Durante décadas, o Brasil carregou o título de “país do futuro” — uma promessa repetida à exaustão, mas que, para muitos, nunca chegou de fato. Hoje, olhando para nossa trajetória política desde a redemocratização, talvez nem do futuro possamos mais nos considerar.
A história recente do país revela um padrão curioso — e preocupante — sobre os líderes que passaram pelo Palácio do Planalto.
📜 De 1989 até aqui: um retrato em números
Desde a primeira eleição direta para presidente após a ditadura militar, em 1989, o Brasil elegeu apenas cinco presidentes diferentes.
No entanto, tivemos sete presidentes no total no período. Isso porque dois chegaram ao cargo não pelas urnas, mas após processos de impeachment — substituindo chefes de Estado que perderam o mandato.
Os dados da política brasileira que chamam atenção
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4 presidentes já foram presos — isso representa 57% do total.
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2 sofreram impeachment — ou seja, 40% dos eleitos.
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3 foram reeleitos — 60% do total.
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E, entre os que não caíram, apenas um não conseguiu a reeleição.
Esses números sozinhos já contam uma história de instabilidade e repetição que marcam a democracia brasileira contemporânea.
🤔 O que isso diz sobre nós?
A alternância de poder, essencial em uma democracia saudável, nem sempre se traduziu no Brasil em renovação política. Parte dos presidentes se manteve no cargo por dois mandatos consecutivos, outros saíram de forma abrupta, e um número expressivo enfrentou processos criminais.
Essa combinação de alta taxa de reeleição e alta taxa de deposição e prisão revela um sistema político em que confiança e insatisfação convivem lado a lado.
É como se, ciclicamente, os brasileiros optassem por manter um governante — até o momento em que a ruptura se torna inevitável.
🔮 E o futuro?
Com novas eleições no horizonte, resta a dúvida: vamos repetir o padrão ou finalmente quebrar o ciclo?
Se a história recente serve de guia, sabemos que mudanças profundas raramente acontecem de forma repentina. Mas a escolha dos próximos líderes pode indicar se continuaremos no mesmo roteiro ou se começaremos, enfim, a escrever um novo capítulo.
Conclusão
Talvez o problema não seja apenas “o país do futuro que nunca chega”, mas também um presente que insiste em nos lembrar de velhos hábitos políticos. A boa notícia? No próximo ano, temos mais uma chance de decidir se seguimos no piloto automático — ou se mudamos a rota.