Vivemos em uma era marcada por promessas tecnológicas grandiosas. A cada ano, surgem novas tendências que garantem revolucionar nossas vidas — até que desaparecem silenciosamente, sem deixar rastros significativos. Algumas dessas ideias chegaram cercadas de euforia e investimentos bilionários, mas hoje mal são lembradas.
Vamos relembrar alguns desses casos e refletir sobre o que eles realmente nos ensinam.
Segway: A Revolução que Nunca Chegou
Quando o Segway foi lançado, havia quem dissesse que ele seria “maior que a internet”. Prometia transformar a mobilidade urbana, substituir carros em trajetos curtos e redefinir o transporte pessoal. O resultado? O produto virou piada, ganhou fama como veículo de turistas e seguranças de shopping — e acabou descontinuado.
TV 3D: A Experiência Imersiva que Não Pegou
A televisão 3D prometia mudar a forma como consumimos entretenimento. Com óculos especiais e novas tecnologias, seria como levar o cinema para casa. Mas a empolgação durou pouco. A complexidade, o desconforto e a falta de conteúdo relevante fizeram com que a ideia perdesse força. Hoje, sequer entra na conversa sobre o futuro da TV ou do streaming.
NFTs: A Nova Economia Criativa?
Os NFTs foram vendidos como o futuro da posse digital: artes únicas, avatares exclusivos e uma nova forma de valorizar a criatividade online. No entanto, o que ficou foi uma bolha especulativa, milionários repentinos e milhares de colecionáveis digitais esquecidos. A promessa de transformação cultural deu lugar à realidade de um mercado inflado e passageiro.
Clubhouse: A Voz da Pandemia
Durante o isolamento social, o Clubhouse brilhou. Um aplicativo de bate-papo por áudio que virou febre entre celebridades, empreendedores e influenciadores. Mas com o fim da pandemia e a ausência de funcionalidades duradouras, o entusiasmo evaporou. A ideia era boa, mas não conseguiu se manter útil no dia a dia das pessoas.
Second Life e o Metaverso: O Sonho Adiado (ou Vazio?)
Antes mesmo de se falar em “metaverso”, o Second Life já oferecia um mundo virtual onde as pessoas podiam viver uma segunda vida digital. Décadas depois, o conceito renasceu com o rebranding do Facebook para Meta. E o resultado? Muitas apresentações, promessas e investimentos — mas pouquíssima adesão real. A vida digital total ainda parece mais distante do que próxima.
O Que Todas Essas Ideias Têm em Comum?
São exemplos de soluções procurando um problema. Tecnologias lançadas com muito marketing, mas pouca utilidade concreta para o público geral. Eram visões futuristas que desconsideravam algo fundamental: o tempo, a rotina e os desejos reais das pessoas.
Esses casos não servem para desacreditar a inovação. Muito pelo contrário. A lição aqui não é “duvide do futuro”, mas sim: questione a narrativa.
Nem toda novidade é inovação. Nem todo hype vira hábito.
Talvez o futuro não esteja nas promessas reluzentes, mas naquilo que, silenciosamente, se torna indispensável. No que resolve problemas reais. No que permanece.