Essa identidade das franquias permite que marcas alcancem escala internacional, literalmente, sem perder o vínculo com as especificidades culturais e econômicas de cada microrregião onde atuam. Ainda assim, essa virtude estratégica não recebe a devida atenção das elites políticas, econômicas e jurídicas do país.
Enquanto setores tradicionais, como a indústria automobilística, são constantemente beneficiados com incentivos, isenções e políticas públicas específicas, o franchising — que movimenta a economia em todos os cantos do Brasil — segue sem o mesmo prestígio ou apoio institucional.
Estou reclamando mesmo. Estou querendo atenção! Alguém ainda duvida de que o franchising brasileiro gera mais empregos diretos, mais renda distribuída e mais arrecadação de impostos do que a indústria automobilística?
Já vi presidentes dando boas-vindas a CEOs de montadoras, dando um rolezinho em carros como forma de comunicar a importância da chegada desse “gigante”. Nunca vi essa moral para os pequenos negócios/franquias, com empreendedores investindo recursos familiares.
Se, por um lado, a média salarial é mais alta nas indústrias, com políticas de benefícios aos trabalhadores, por outro, são as franquias que geram as primeiras oportunidades de trabalho decente¹ a milhares de jovens brasileiros. Essa inclusão pode ser observada tanto por analistas sociais — como solução para a massa jovem sem ocupação nas periferias violentas das cidades — quanto por economistas, atentos aos impactos das retomadas rápidas e à geração de empregos que exigem menos qualificação profissional.
ATENÇÃO PARA A INCLUSÃO ECONÔMICA
No Brasil, os jovens representam aproximadamente 24% da população. Quase ¼ da população está excluída economicamente e, portanto, fora do consumo em nossos negócios.
Segundo a OCDE, ocupamos a segunda posição mundial entre os países com maior número de pessoas de 18 a 24 anos que estão fora da escola e do mercado de trabalho — atrás apenas da África do Sul. Dentro desse grupo, a exclusão atinge principalmente aqueles com menor nível de escolaridade. Justamente o perfil da massa de trabalhadores das unidades franqueadas.
Apoiar o franchising é pensar em macro, com as franqueadoras: potencial para impulsionar novas tecnologias — de ERPs a fintechs —, desenvolver pesquisas para novos produtos e fomentar arranjos econômicos, como linhas de crédito para redes mais maduras, que facilitem a expansão. Incentivar as franquias é acelerar a geração do primeiro emprego decente, porque são implantações a curtíssimo prazo, gerando renda para o franqueado-empresário-investidor e para a juventude.
Já passou da hora de reconhecer o potencial do franchising como ferramenta de desenvolvimento econômico sustentável, descentralizado e inclusivo. Já passou da hora de reconhecer que investimentos em franquias são mais perenes e seguros para empreender.
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Veja os nossos números: Desempenho do Setor de Franquias em 2024
- Faturamento: R$ 273,08 bilhões, representando um crescimento de 13,5% em relação a 2023, quando o setor faturou R$ 240,66 bilhões.
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- Empregos Diretos: 1.718.621 postos de trabalho, um aumento de 1% em relação ao ano anterior.
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REFERÊNCIAS:
¹ Conceito de Trabalho Decente:
🔗 https://www.ipea.gov.br/desafios/index.php?option=com_content&view=article&id=802%3Acatid%3D28