Modismos no Varejo: Por Que Eles Não São Estratégia (e Como Aproveitá-los no Tempo Certo)

Modismos no Varejo: Por Que Eles Não São Estratégia (e Como Aproveitá-los no Tempo Certo)

Todo ano surge “a grande ideia” que promete revolucionar o mercado. Ela chega com fila na porta, manchetes na mídia e posts patrocinados inundando o Instagram. Parece que dessa vez é para valer — até deixar de ser moda.

Nos últimos anos, vimos uma sucessão de negócios que nasceram com barulho, mas não resistiram ao teste do tempo:

  • Temakerias

  • Paleterias

  • Frozen Yogurt

  • Cupcakes gourmet

  • Poke bowls

  • Pistache em tudo

  • E, agora, o “morango do amor”

Alguns desses empreendimentos não duraram sequer o tempo de um contrato de aluguel.

Por que o mercado adora modismos

A lógica é simples: modismos são visuais, rápidos de consumir e vêm com a promessa de margens altas. Para o empreendedor, parecem a oportunidade perfeita. Para o consumidor, são novidade e experiência.

Mas aqui está o problema: modismo não é tendência. E muito menos estratégia de negócio.

O que é fácil de copiar, também é fácil de saturar. E o que é sustentado apenas pelo hype, morre assim que o algoritmo muda ou que outra “novidade” rouba a atenção do público.

A armadilha de construir sobre o hype

Negócios que se baseiam exclusivamente na onda do momento correm o risco de desaparecer na próxima estação. Sem diferenciação sólida, proposta de valor clara e uma operação preparada para evoluir, o modismo vira peso morto no portfólio — e rápido.

O varejo está cheio de exemplos de empreendedores que investiram tudo em um produto ou formato da moda e viram o público evaporar tão rápido quanto chegou.

Então, vale ou não vale apostar nos modismos no varejo?

Vale — mas com consciência.
O segredo não é fugir das modas, mas saber aproveitá-las no momento certo, sem deixar que elas se tornem a base inteira do negócio.

Como surfar a onda sem se afogar

  1. Entre rápido — quanto mais cedo, maior a margem antes da saturação.

  2. Mantenha custos enxutos — não crie estruturas pesadas para um produto que pode perder relevância rápido.

  3. Use como porta de entrada — atraia clientes com a novidade, mas tenha outros produtos ou serviços para fidelizar.

  4. Saia na hora certa — tenha métricas para identificar quando o hype está caindo e pivote antes de virar prejuízo.

Conclusão

No varejo, modas vêm e vão. O que permanece é a capacidade de identificar oportunidades, agir com velocidade e construir um negócio sólido que não dependa de uma única febre passageira.

A pergunta que todo empreendedor deveria fazer não é “como lançar o produto da moda?”, mas sim:

“Como aproveitar a onda no momento certo — e garantir que meu negócio sobreviva depois que ela passar?”

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