Você sabia que cerca de 6 em cada 10 peças de roupa vendidas hoje no varejo são feitas de poliéster? Esse tecido é produto direto da indústria do petróleo — e longe de ser inofensivo, sua produção e descarte alimentam uma verdadeira crise climática.
🌍 Por que isso é tão grave?
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Origem fóssil: O poliéster é um polímero sintético derivado do petróleo. Produzi-lo demanda muita energia e emite toneladas de CO₂, contribuindo diretamente para o aquecimento global. Ele representa 51% de todas as fibras têxteis produzidas globalmente.
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Liberação de microplásticos: Durante a lavagem, o atrito faz com que pequenas fibras sintéticas se soltem, criando uma poluição invisível mas devastadora nos cursos de água. Essas microfibras chegam ao oceano, são ingeridas por seres marinhos e acabam na nossa alimentação — um ciclo tóxico.
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Descarte lento e tóxico: Rochas: o poliéster pode levar até 400 anos para se decompor. Mesmo quando reciclável, os tecidos geralmente vêm misturados (algodão+poliéster), dificultando o processo e gerando lixo persistente nos aterros.
📊 Dados chocantes sobre volume e impacto
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Em 2017, foram produzidas cerca de 45 a 53 milhões de toneladas de poliéster, enquanto o algodão alcançou entre 18 a 22 milhões — representando mais da metade da produção global de fibras.
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A indústria da moda, como um todo, é responsável por até 10% das emissões globais de carbono — número maior que o das viagens aéreas e transporte marítimo combinados.
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Tecnologias como fast fashion ampliam o problema: peças são usadas poucas vezes e descartadas rapidamente, gerando resíduos que custam até US$ 500 bilhões por ano em perdas globais.
🧵 Por que seguimos usando tanto poliéster?
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Baixo custo e alta versatilidade: ideal para roupas leves, secam rápido, não amassam e custam menos que algodão ou linho.
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Na prática, isso significa: mais roupas baratas, maior produção, mais descarte, e mais poluição plástica no meio ambiente. O modelo linear (produzir‑comprar‑jogar fora) continua dominando.
✅ O que podemos fazer de diferente?
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Priorizar fibras naturais ou recicladas como algodão orgânico, cânhamo, viscose à base de polpa sustentável ou poliéster reciclado (feito de garrafas PET).
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Diminuir frequência de lavagem e utilizar filtros que capturam microfibras — medidas simples que reduzem significativamente a poluição por microplásticos.
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Adotar consumo consciente: menos compras, mais durabilidade, reutilização, economia circular e upcycling (reaproveitamento criativo de tecidos).
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Pressionar por políticas ambientais: exigir infraestrutura de coleta e regulamentações como a Responsabilidade Estendida do Produtor (REP) também para têxteis.
⚠️ Em resumo
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🧵 60% (ou mais!) das roupas são de poliéster
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🛢️ Feitas a partir de petróleo, exigem muita energia e geram CO₂
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🌊 Liberam microplásticos durante o uso e demoram séculos para se degradar
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💵 A fast fashion maximiza consumo e descarte, mas destrói valor social e ambiental
O futuro do vestuário só será sustentável com escolhas mais inteligentes: tecidos ecológicos, consumo moderado e economia circular.
Menos moda descartável, mais moda consciente!
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