Marisa mira sobra de estoque chinês após tarifaço de Trump

Marisa mira sobra de estoque chinês após tarifaço de Trump

Edson Garcia completa um ano e quatro meses no comando da Marisa com motivo para comemorar: três trimestres seguidos no azul. No segundo trimestre de 2025, divulgado na noite desta segunda-feira (11), a varejista cravou lucro líquido de R$ 2,1 milhões, virando o jogo após um prejuízo de R$ 102 milhões no mesmo período do ano passado — parte de uma maratona de 12 balanços negativos que marcaram um “inverno” histórico para a companhia.

Vendas aquecidas pelo frio e eficiência na operação

As temperaturas mais baixas ajudaram o setor e a Marisa aproveitou:

  • +23% nas vendas de mesmas lojas (SSS)

  • +35% no lucro bruto, que chegou a R$ 214 milhões

  • Margem bruta saltou de 49,3% para 54,2%

  • Margem Ebitda e margem líquida, antes negativas, passaram para 28,2% e 0,53%, respectivamente

O segredo? Corte pesado nas despesas: vendas e administrativas caíram de 49% para 38% da receita.

Foco em eficiência antes de crescer

Garcia projeta 2025 como ano de estabilização e 2026 para ganho de rentabilidade.
Até lá, nada de novas lojas: a empresa segue concluindo o fechamento de mais de 90 unidades iniciado em 2023, mantendo hoje 232 pontos de venda.

“Temos espaço para vender mais e lucrar mais por metro quadrado. Nossas lojas estão em localizações premium, como shoppings, mas ainda têm ociosidade”, diz Garcia.

O plano inclui ampliar a oferta masculina e infantil sem perder o DNA da Marisa: atender principalmente a mulher da classe C, cliente que também compra para toda a família.

Oportunidade vinda da guerra tarifária

No cenário macro, Garcia vê no tarifaço de Donald Trump contra produtos chineses uma brecha estratégica: roupas que antes iriam para os EUA agora buscam outros mercados.

“Fomos à Ásia no início do ano, logo que começou a guerra tarifária, para negociar compras para 2026. Fechamos ótimos negócios — eles precisam vender para outros países”, afirma o CEO.

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