Economia brasileira desacelera em outubro de 2025: varejo e serviços registram queda

IGet aponta início fraco para o 4º trimestre de 2025

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Os primeiros dados do quarto trimestre de 2025 não trouxeram boas notícias para a economia brasileira. Outubro registrou resultados negativos tanto no varejo quanto no setor de serviços, sinalizando uma desaceleração mais evidente na atividade econômica.

De acordo com o IGet, o índice de serviços às famílias apresentou forte retração, confirmando a tendência já antecipada na prévia do mês. No varejo, o movimento foi oposto ao esperado: o índice restrito caiu 1,3% em relação a setembro, enquanto o índice ampliado recuou 0,8% no mesmo período.

Apesar desse cenário, há alguns fatores que ainda sustentam a demanda interna. A liberação da linha de crédito consignado para trabalhadores do setor privado, o pagamento de precatórios e a resiliência do mercado de trabalho continuam atuando como amortecedores da desaceleração. No entanto, a política monetária restritiva deve seguir pesando sobre o ritmo da atividade econômica nos próximos meses.

Setor de serviços: queda acentuada em outubro

O IGet Serviços registrou uma nova retração de 3,2% na comparação mensal, consolidando uma tendência negativa observada desde outubro de 2024. Na comparação anual, a queda foi ainda mais expressiva — 7,6% em relação ao mesmo mês do ano anterior.

Essa foi a segunda queda consecutiva do indicador, refletindo o enfraquecimento gradual do consumo de serviços. Os segmentos de alojamento e alimentação tiveram redução de 2,9% no mês, enquanto outros serviços às famílias recuaram 0,5%.

Com isso, o setor atingiu o menor nível desde agosto de 2022, um claro reflexo dos impactos cumulativos do aperto monetário. Ainda assim, o mercado de trabalho aquecido segue evitando uma deterioração mais profunda da demanda.

Varejo também inicia o trimestre em queda

No comércio varejista, o IGet ampliado recuou 0,8% em outubro, corrigindo distorções sazonais provocadas pelo feriado de 12 de outubro. Apesar da queda mensal, o indicador ainda mostra crescimento de 6,1% na comparação anual, um avanço que tende a ser um pouco mais forte que o captado pelas estatísticas oficiais devido a diferenças metodológicas.

O índice restrito também apresentou recuo de 1,3%, interrompendo uma sequência de resultados positivos registrados no terceiro trimestre. Entre os segmentos com pior desempenho estiveram:

  • Artigos farmacêuticos: -4,0% m/m

  • Vestuário: -0,5% m/m

  • Supermercados: -0,1% m/m

Por outro lado, alguns setores mostraram resistência, como materiais de construção (+7,4% m/m), embora a categoria de automóveis, partes e peças tenha recuado (-1,5% m/m).

Um começo desafiador para o 4º trimestre na economia brasileira

Os resultados de outubro confirmam um início de trimestre mais fraco para o varejo e os serviços, após um terceiro trimestre de relativa estabilidade.

A combinação entre crédito mais restrito, juros elevados e menor ímpeto de consumo começa a se refletir de forma mais clara nos indicadores de atividade.

Ainda assim, o desempenho do mercado de trabalho e medidas pontuais de estímulo, como o crédito consignado e o pagamento de precatórios, podem suavizar parte dos efeitos negativos — ao menos no curto prazo.

Em síntese, o 4º trimestre de 2025 começa com sinais mistos: a atividade perde fôlego, mas a demanda interna ainda resiste. O desafio para os próximos meses será entender até que ponto essa resiliência poderá se manter diante de uma política monetária que segue freando o consumo e o investimento.

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