Faltam dois meses para a Black Friday: como a falta de preparo pode custar caro ao seu negócio

Faltam dois meses para a Black Friday: como a falta de preparo pode custar caro ao seu negócio

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Com a Black Friday se aproximando, as projeções do varejo apontam para um novo pico histórico de vendas — e também para um velho problema: a falta de preparo. Em 2024, o comércio brasileiro movimentou R$ 9,38 bilhões apenas no fim de semana de promoções (28 de novembro a 1º de dezembro), segundo dados da Globo Gente, representando um crescimento de 10,7% sobre o ano anterior.

No ambiente digital, o cenário foi igualmente expressivo. O e-commerce registrou R$ 4,2 bilhões em faturamento apenas na sexta-feira oficial, alta de 8,4% em relação a 2023, com cerca de 33 milhões de produtos vendidos, de acordo com a Exame. Já um levantamento da Confi.Neotrust, divulgado pelo InfoMoney, mostrou que o número de pedidos online subiu 13,1%, alcançando 17,9 milhões de transações.

Para 2025, as expectativas seguem otimistas: consumidores devem antecipar compras e aproveitar ofertas durante todo o mês de novembro. Esse comportamento amplia o volume de acessos e exige preparo em áreas críticas como infraestrutura tecnológica, logística, atendimento e segurança digital.

Segundo Junior Machado, CEO da OpusTech, muitas empresas celebram o potencial de vendas, mas ignoram os riscos da falta de estrutura. “Descontos agressivos não bastam. Se o site cai, se o checkout demora, se há falhas de segurança ou falta de estoque, o cliente desiste — e o prejuízo pode ser maior do que o lucro esperado”, alerta.

Escalabilidade e resiliência digital

Um dos pontos mais sensíveis é a capacidade da plataforma. O aumento repentino no número de acessos costuma gerar lentidão, travamentos e quedas de sistema — falhas que podem comprometer toda a campanha.

Machado destaca que soluções em nuvem, balanceamento de carga e testes de estresse com simulações reais de tráfego são indispensáveis. “Empresas especializadas têm notado um crescimento na procura por esse tipo de suporte, especialmente às vésperas da data”, observa.

Estoque, logística e pós-venda: o tripé da operação

Outro desafio recorrente é a gestão de estoque em tempo real. Quando o sistema não está atualizado ou integrado, as rupturas de estoque frustram o consumidor e mancham a reputação da marca.

“Imagine o cliente encontrar uma oferta irresistível e, na hora de finalizar, o produto está esgotado. Esse tipo de experiência destrói a confiança”, afirma Machado.

O uso de plataformas inteligentes de monitoramento e previsão de demanda, hoje mais acessíveis, ajuda a antecipar cenários e evitar falhas.

A logística e o atendimento também precisam acompanhar o ritmo acelerado de pedidos. Da entrega rápida ao pós-venda eficiente, cada etapa impacta diretamente a experiência do cliente. “A jornada não termina no clique. Garantir um processo fluido de envio, devolução e suporte é essencial para fidelizar o consumidor”, reforça o executivo.

Segurança digital: o escudo da reputação

Com o aumento de transações, também crescem as tentativas de fraudes, ataques e golpes digitais. Por isso, a segurança da informação deve ser prioridade.

Soluções de antifraude com inteligência artificial, monitoramento em tempo real e criptografia avançada reduzem os riscos.

“Segurança não é despesa, é investimento em credibilidade. A confiança é um ativo que se perde rápido e custa caro para recuperar”, comenta Machado.

Experiência do usuário: o ponto decisivo da conversão

Sites lentos, checkouts complexos e falta de opções de pagamento são inimigos da conversão. Pequenas falhas na jornada digital podem afastar clientes e elevar o abandono de carrinho.

Testes de usabilidade, otimização do front-end e integração com múltiplos meios de pagamento são práticas que diferenciam as empresas mais preparadas.

“Faltam cerca de dois meses, e esse tempo é suficiente para agir de forma estratégica. Quem começar agora com diagnósticos e tecnologia estará pronto para capturar as oportunidades da Black Friday. Quem adiar, arrisca perder vendas — e, pior, a confiança do cliente”, conclui Machado.

Os principais desafios técnicos e operacionais

1. Capacidade da plataforma digital: Tráfego intenso, picos simultâneos e instabilidade são recorrentes durante a Black Friday. Uma infraestrutura mal dimensionada torna o site vulnerável. Investir em nuvem elástica, escalabilidade automática, balanceamento de carga e testes de stress com tráfego simulado é essencial.

2. Gestão de estoque em tempo real: A falta de dados históricos ou previsões precisas leva a rupturas. Sistemas integrados, alertas automáticos de esgotamento e modelos preditivos com machine learning ajudam a equilibrar oferta e demanda. “Quando o produto some no checkout, a frustração é imediata — e as redes sociais amplificam o dano”, destaca Machado.

3. Segurança e prevenção de fraudes: O aumento das vendas atrai ataques DDoS, bots e roubo de dados. Ignorar segurança é abrir espaço para prejuízos financeiros e reputacionais. Adoção de IA antifraude, monitoramento de comportamento suspeito e certificações atualizadas são medidas indispensáveis.

4. Experiência do usuário e performance: Tempo de carregamento, navegação fluida, checkout rápido e pagamentos variados são diferenciais competitivos. Otimização de front-end, compressão de imagens, uso de CDNs e design mobile-first aumentam a conversão.

5. Capacidade logística e atendimento: A operação não termina na confirmação do pedido. É preciso garantir entregas ágeis, suporte eficiente e devoluções simplificadas. Empresas que contam com centros de distribuição bem posicionados, integração entre WMS e ERP e fulfillment automatizado ganham vantagem. “Da compra ao pós-venda, cada ponto importa para não deixar o cliente na mão”, finaliza Machado.

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