A pirataria continua sendo um dos maiores obstáculos para o crescimento sustentável da indústria têxtil e de confecção no Brasil. De acordo com levantamento do Fórum Nacional contra a Pirataria e a Ilegalidade (FNCP), somente em 2024 o segmento de vestuário acumulou perdas de R$ 87,36 bilhões, liderando o ranking dos setores mais afetados. No total, entre 15 áreas monitoradas, o rombo ultrapassou R$ 327,8 bilhões.
📉 Crescimento alarmante da ilegalidade
O cenário é ainda mais preocupante quando se observa a evolução dos números. Somando as perdas setoriais e a sonegação de impostos, o mercado ilegal provocou um impacto de R$ 468,3 bilhões em 2024, contra R$ 100 bilhões há apenas uma década. A escalada evidencia a urgência de medidas mais eficazes para conter a pirataria.
💬 Debate no setor
O tema foi destaque na série Conversa Aberta, promovida pela Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit). Em transmissão pelo YouTube, especialistas discutiram os efeitos da ilegalidade sobre a economia e a sociedade.
Fernando Pimentel, diretor superintendente e presidente emérito da Abit, reforçou que a falsificação é um problema global, mas com forte impacto no Brasil. Segundo ele, 25% dos brasileiros não veem problema em adquirir produtos pirateados, o que torna essencial a conscientização da população e uma ação conjunta entre indústria e autoridades.
⚠️ Risco à vida: falsificação de EPIs
O debate ganhou contornos ainda mais graves com relatos de falsificações em Equipamentos de Proteção Individual (EPIs). Douglas de Sales Oliveira, gerente de Vendas da Cedro Textil, revelou que foram identificados produtos falsificados no mercado, confeccionados com tecidos retardantes de chamas sem a marca d’água de identificação da empresa.
Esses itens, vendidos como originais, colocam em risco direto a segurança dos usuários. “Estamos falando de equipamentos que protegem vidas. Identificar um EPI falsificado é gravíssimo”, destacou Douglas.
A Cedro reforçou seu compromisso com a transparência e a proteção do consumidor, apoiando auditorias e responsabilizando os envolvidos em práticas ilícitas.
🤝 Caminhos para combater a pirataria
O setor têxtil defende que apenas a cooperação entre indústria, governo e sociedade poderá frear a expansão da ilegalidade, tanto no comércio físico quanto digital. Para Pimentel, é preciso transformar a defesa da legalidade em um valor cultural, capaz de proteger empregos, inovação, arrecadação e, sobretudo, a segurança do consumidor.
👉 A pirataria no vestuário não é apenas uma questão econômica: é um problema social e de segurança. O combate à ilegalidade exige consciência coletiva e ação firme para garantir um mercado justo e confiável.
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