Baseado na palestra de Danilo Valeta
Você já se perguntou se consegue diferenciar um fato verdadeiro de uma notícia falsa? Segundo pesquisa recente, 67% dos brasileiros afirmam ter dificuldade para separar fato de ficção. É um dado alarmante — e mostra como, mesmo em plena era da informação, muitas vezes não sabemos em quem acreditar ou quais fontes confiar.
O mais preocupante é que a desinformação não nasce apenas de mentiras descaradas. Muitas vezes, ela vem disfarçada de verdades parciais, cuidadosamente selecionadas para criar uma narrativa enviesada.
Os Eixos da Desinformação
De acordo com Danilo Valeta, existem diferentes frentes em que a desinformação atua:
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Desinformação política
A mais conhecida. Molda narrativas para favorecer ou prejudicar políticos, partidos e ideologias. -
Desinformação geopolítica
Frequente em guerras e disputas territoriais, como nos conflitos da Ucrânia e de Israel. -
Discurso anticiência
Vai desde o movimento antivacina até teorias conspiratórias que atacam avanços científicos e tecnológicos.
A Taxonomia Europeia
Em 2017, o Conselho Europeu criou uma classificação que se tornou referência global no combate à desinformação:
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Misinformation
Informação falsa sem intenção de enganar — geralmente resultado de erro humano ou falha na apuração jornalística. -
Disinformation
Conteúdo falso criado propositalmente para enganar ou manipular. -
Malinformation
Informação verdadeira, mas usada de forma distorcida ou descontextualizada para manipular.
Quando a Verdade Engana
É no terceiro tipo — malinformation — que mora o perigo mais sutil: enganar dizendo apenas a verdade.
Um exemplo clássico é a propaganda premiada da Folha de S.Paulo. Ela listava feitos históricos impressionantes sem mentir uma única palavra… até revelar, no final, que se tratava de realizações de Adolf Hitler.
A mensagem era clara: omissões e recortes moldam percepções tanto quanto uma mentira explícita.
A Lição Final sobre as Fake News
Vivemos em um ambiente onde a informação circula em alta velocidade, mas nem sempre com a devida responsabilidade.
Para se proteger da manipulação, é preciso ver além das palavras: questionar o contexto, a fonte, o que foi omitido e quais interesses podem estar por trás da narrativa.
Nem toda verdade é completa. E, muitas vezes, é justamente no que não é dito que mora o risco maior.