Empreender no Brasil: Por Que Ser Gestor Virou um Ato de Resistência

Empreender no Brasil: Por Que Ser Gestor Virou um Ato de Resistência

Nos últimos anos, cresceu no Brasil uma narrativa que coloca gestores de empresas e líderes como vilões. Muitas vezes, o papel de quem gera empregos, organiza equipes e toma decisões estratégicas é reduzido a estereótipos negativos, ignorando a complexidade e os desafios que essas funções carregam.

Essa percepção foi retratada de forma precisa em uma tirinha que circula nas redes sociais — e que resume bem o ambiente empresarial brasileiro: um cenário onde empreender exige mais que planejamento; exige resiliência, coragem e, muitas vezes, até um pouco de teimosia.

Empreender no Brasil: o Passado, o Presente e a Incerteza

O ditado popular “no Brasil, até o passado é incerto” não é exagero quando falamos de negócios. Leis que mudam de uma hora para outra, burocracia pesada, alta carga tributária, instabilidade econômica e um cenário político volátil formam o pano de fundo de qualquer planejamento empresarial.

Para quem lidera, isso significa:

  • Decidir no escuro: nem sempre é possível prever o impacto de novas regras ou mudanças econômicas.

  • Equilibrar expectativas: é preciso atender clientes, motivar equipes e, ao mesmo tempo, manter a saúde financeira.

  • Assumir riscos constantes: cada investimento ou contratação carrega um peso extra de imprevisibilidade.

Por Que Gestores São Mal Interpretados?

Grande parte da “demonização” dos líderes vem de uma percepção distorcida sobre o papel do gestor. A visão de que todo dono de empresa é automaticamente privilegiado e que todo lucro é abuso ignora fatores como:

  • O risco pessoal que o empreendedor assume.

  • As horas extras invisíveis dedicadas à operação.

  • A pressão de manter empregos mesmo em crises.

O resultado é um cenário onde o gestor precisa se justificar constantemente por existir — algo que não acontece com a mesma intensidade em países com ambientes de negócios mais estáveis.

Liderar é Resistir

Em países com regras claras e estabilidade, liderar é um desafio estratégico. No Brasil, é também um ato de resistência. Resistir à burocracia, à instabilidade e, muitas vezes, à falta de compreensão do próprio papel.

Ser gestor ou líder por aqui não é para amadores. É preciso:

  • Visão estratégica a longo prazo, mesmo em um ambiente de curto prazo.

  • Inteligência emocional para lidar com críticas e crises.

  • Criatividade para encontrar soluções fora do manual.

Precisamos Rever a Narrativa

Empreendedores e líderes não são inimigos. Eles são parte essencial da engrenagem que mantém a economia girando. Demonizar a liderança é enfraquecer o próprio sistema produtivo — e isso não ajuda ninguém.

Se quisermos um Brasil mais próspero, precisamos de mais líderes preparados, mais empreendedores resilientes e um ambiente de negócios que permita planejar o futuro sem medo de que ele mude de repente.

Para agregar conhecimento: O impacto da inflação no poder de compra e estratégias para o varejo se adaptar

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