“COW é mais do que um coworking, é um movimento”: uma conversa com Renato Auriemo sobre trabalho, inovação e o futuro dos espaços corporativos

“COW é mais do que um coworking, é um movimento”: uma conversa com Renato Auriemo sobre trabalho, inovação e o futuro dos espaços corporativos

Na era da flexibilidade, onde o trabalho deixou de ser apenas um lugar e passou a ser uma experiência, o COW workspaces surge como uma resposta ousada e inteligente às novas demandas do mercado. Para entender melhor a história por trás dessa marca que tem ganhado espaço no cenário nacional, conversamos com Renato Auriemo, fundador do COW, engenheiro civil, empreendedor em série e um entusiasta do impacto positivo nas relações de trabalho.

Com uma trajetória que mistura construção civil, sustentabilidade, inovação e um olhar humano sobre as organizações, Renato compartilha nesta entrevista sua visão sobre o futuro do trabalho, os desafios de liderar um modelo de negócios flexível e as ambições da marca para os próximos anos.

Confira, a seguir, os principais trechos desse bate-papo que conecta propósito, estratégia e muita experiência no mundo dos negócios.

ACELERA VAREJO: Vamos começar explorando o personagem: quem é o Renato Auriemo?

RENATO AURIEMO: Sou engenheiro civil de formação, com pós em Administração pela FGV e formação em gerenciamento de projetos pelo PMI. Sou casado há 25 anos e pai de três filhos já iniciando suas vidas profissionais. Sempre fui apaixonado por esportes, ciência, história e por empreender. Tenho um lado nerd curioso, e sempre busquei impactar positivamente a vida das pessoas — seja por meio da construção civil, da inovação ou da criação de experiências mais humanas no ambiente de trabalho.

AV: Fale um pouco sobre sua experiência no mercado.

RA: Minha trajetória começou cedo: aos 22 anos montei a RMA Construtora e, com o tempo, fui liderando projetos de diferentes portes em quase todo o Brasil, incluindo escolas, hospitais, teatros e centros de saúde. Fui responsável pela expansão da DASA por quase 10 anos e liderei iniciativas pioneiras em sustentabilidade, como o primeiro prédio com certificação LEED de São Paulo. Também fundei e vendi a MPServ, braço de manutenção predial, e atuei com projetos de altíssimo padrão antes de fundar o COW workspaces.

AV: Como surgiu a COW e qual foi a inspiração para criar a marca?

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RA: O COW surgiu de uma provocação: como criar espaços de trabalho onde as pessoas fossem mais felizes e, com isso, as empresas pudessem ter mais sucesso. Fiz uma imersão global para estudar tendências, visitei coworkings e escritórios na Europa, EUA e América Latina, e cheguei à conclusão de que os ambientes compartilhados precisavam ir além do funcional — tinham que ser espaços de conexão, criatividade e comunidade. A inspiração do nome veio da “vaquinha”: cada um contribui com um pouco e juntos temos algo maior. Daí nasceu o COW — um espaço para a colisão de ideias, como um “CERN” corporativo.

Vale destacar que o CERN (sigla para Centre Européen de Recherches Nucléaires, ou Organização Europeia para Pesquisa Nuclear) é o maior centro de pesquisa em física de partículas do mundo, localizado na fronteira entre a Suíça e a França. Fundado em 1954, o CERN é conhecido principalmente pelo Grande Colisor de Hádrons (LHC), o maior acelerador de partículas já construído. Seu objetivo é investigar a estrutura fundamental do universo, estudando como as partículas subatômicas interagem — ajudando a responder questões sobre a origem da matéria, do universo e das forças fundamentais da natureza.

AV: Quais são os principais diferenciais da COW em relação a outros coworkings?

RA: O principal diferencial está na personalização e na atenção aos detalhes. Conhecemos de perto os clientes, seus times e suas dores. Isso nos permite oferecer soluções feitas sob medida, com um nível de atendimento difícil de encontrar em estruturas padronizadas. Além disso, unimos robustez operacional, tecnologia própria, sustentabilidade e um toque humano que está presente em cada ação — seja no ambiente físico, nas ativações ou nas parcerias com projetos sociais como o Steps.

AV: Quais são suas expectativas de expansão? Existem unidades fora de São Paulo ou planos para que isso aconteça?

RA: Sim! Já temos unidades em Santa Catarina (Joinville) e em Piracicaba, que recentemente dobrou de tamanho por conta da demanda. Nossa fase atual é de abertura para novos parceiros: estamos conversando com proprietários de imóveis, fundos e administradoras condominiais que queiram transformar seus ativos com a nossa gestão, nossa cultura e nosso padrão de entrega. A ideia é crescer com inteligência e propósito, levando o modelo COW a novas cidades e contextos.

AV: Como você enxerga a evolução do trabalho remoto e o impacto dos coworkings nesse cenário?

RA: A pandemia nos mostrou que não existe uma única fórmula. O futuro do trabalho é híbrido, mas de formas muito diversas. Algumas empresas seguem 100% presenciais, outras são totalmente remotas, e muitas vivem modelos mistos. A grande questão é: como equilibrar cultura, performance e bem-estar? É aí que os workspaces flexíveis entram como solução estratégica — adaptáveis, otimizados e prontos para responder a mudanças rápidas sem comprometer a operação.

AV: Quais desafios você enfrenta na gestão dos espaços?

RA: O principal desafio é manter o equilíbrio entre “customização e escala”. Cada cliente tem uma necessidade diferente — e entregamos soluções sob medida para todas — mas isso exige atenção constante, escuta ativa e muita resiliência. Outro desafio é manter a saúde financeira num cenário de inflação elevada e pressão por preços acessíveis. Fazemos isso com tecnologia, processos eficientes e um time comprometido com excelência e proximidade.

AV: Quais tendências você acredita que vão ditar o futuro dos coworkings nos próximos anos?

RA: Vejo três grandes tendências:

  1. A hotelaria corporativa, onde o colaborador é tratado como guest, e não como usuário;
  2. A integração dos escritórios com o ecossistema dos prédios e condomínios — trazendo mais serviços e vida aos imóveis;
  3. E o uso de tecnologia para gestão inteligente dos espaços, como fazemos com a WiseOffices, nossa spin-off desenvolvida durante a pandemia.

AV: Como o varejo pode se beneficiar do COW? Ele teoricamente já possui suas lojas, como você vê esse potencial?

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RA: O varejo precisa cada vez mais de agilidade e eficiência. Podemos apoiar oferecendo espaços flexíveis para equipes de backoffice, hubs logísticos, ou áreas de inovação. Também atuamos como parceiros na gestão de escritórios próprios, levando toda a expertise que usamos nas nossas unidades. Assim, o varejista ganha tempo para focar no core business, enquanto cuidamos da infraestrutura, da operação e da experiência de trabalho.

AV: Muito se fala que o trabalho home e híbrido está acabando. Qual a sua visão desta tendência?

RA: Acredito que essa é uma simplificação perigosa. O trabalho híbrido não acabou — ele se transformou. As empresas estão entendendo melhor suas necessidades e culturas e buscando soluções mais adequadas ao seu modelo. É por isso que os espaços precisam ser flexíveis, moduláveis e inteligentes. O que não existe mais é o modelo único — o futuro é plural e customizado.

AV: Quais os próximos passos do COW? O que você pode nos contar?

RA: Estamos retomando com força total nosso plano de expansão. Temos conversas em andamento com proprietários e fundos, além de novas parcerias em construção. Também estamos investindo em tecnologia, hospitalidade e novas experiências dentro das unidades. Nosso objetivo é continuar sendo referência em soluções completas para o ambiente de trabalho — não apenas um espaço, mas uma plataforma que une pessoas, serviços, tecnologia e propósito.

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