Como os shoppings podem escapar do “efeito Kodak” e se reconectar com as pessoas

Como os shoppings podem escapar do “efeito Kodak” e se reconectar com as pessoas

Facebook
Twitter
LinkedIn

Os shoppings estão no “momento Kodak” — ou seja, pendendo para uma ruptura — e precisam agir rápido para se reinventar antes que fiquem obsoletos. Essa metáfora foi destaque no painel “Os Futuros dos Shopping Centers”, durante o Latam Retail Show 2025, apresentado pelo sócio-diretor da Gouvêa Malls, Luiz Roberto Marinho.

Do centro da loja ao ecossistema de experiências

Antes, o shopping girava em torno da loja física: ponto único de encontro entre marca e cliente. Hoje, vivemos uma explosão de formatos: e-commerce, marketplaces, redes sociais, eventos de rua… o varejo deixou de ser unilateral. Marinho chamou essa fase anterior de “era Supernova” — um bloco homogêneo do varejo —, e enfatizou que agora há múltiplas possibilidades de conexão.

Se o shopping continuar apostando só no modelo antigo, vai ficar para trás.

Reaproximar pelo sentimento: do consumo à convivência

Para reconquistar o público, o segredo está em algo que não se compra: emoção, momento, pertencimento. Marinho sugere que os shoppings se transformem em hubs de convivência, com:

  • música ambiente ou shows ao vivo

  • espaços de bem-estar (jardins, corners de relaxamento)

  • eventos temáticos que atraem pessoas com interesses comuns

  • integração entre lojistas locais e comunidade

Ele aponta para um “vírus de solidão” social — há uma carência real de convívio — e os shoppings podem preencher esse espaço.

Dados como bússolas para decisões certeiras

Não basta criar experiências bacanas: é essencial entender quem, quando e como as pessoas se movem. Entre os participantes do painel estavam:

  • Cecília Ligiéro (Diretora de Marketing e Inovação da Ancar Ivanhoe)

  • Vicente Avellar (Diretor da Allos)

Eles reforçaram que coletar dados com profundidade, cruzar essas informações e compartilhar insights com os lojistas será o novo papel do shopping — mais colaborativo do que proprietário.

Imagine saber exatamente:

  • quando o movimento oscila

  • quais lojas têm maior atração

  • por onde as pessoas circulam

  • qual mix de produtos impulsiona visitações

Com esse tipo de inteligência, os shoppings deixam de ser meros “aluguel de espaço” e se tornam verdadeiros orquestradores de ecossistemas de consumo.

A metamorfose urgente: de locador a parceiro estratégico

A grande virada? Romper a dissociação entre shopping e lojista. Hoje, o shopping não só aluga espaço — ele precisa estar em sinergia com seus lojistas. São parceiros: preocupação com exposição, fluxos, campanhas conjuntas, mix coerente.

Para isso, é fundamental:

  1. Fomentar eventos colaborativos que envolvam lojistas e público.

  2. Desenhar ambientes híbridos, que misturem loja, lazer e cultura.

  3. Investir em tecnologia de experiência (IoT, beacons, apps de engajamento).

  4. Transparência de dados e alinhamento com quem comercializa no mall.

Em resumo: o shopping do futuro já está sendo construído

Se o shopping resistir ao efeito Kodak — isto é, insistir no modelo ultrapassado —, corre o risco de virar relicário do varejo. Mas se ele abraçar transformação, usar dados com propósito e se aproximar do cliente como espaço social, convívio e descoberta, pode se firmar como peça vital no ecossistema dos próximos anos.

Você pode se interessar por isso: Abordagem, sangue nos olhos, faca na caveira? Até quando vamos continuar agredindo nossos consumidores?

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Rolar para cima