A Adidas teve um segundo trimestre animador, com lucro líquido de €375 milhões, um salto de 77% em relação a 2024 — superando as expectativas de mercado. As vendas somaram €5,95 bilhões, um crescimento de 2,2% anual, embora um pouco abaixo das projeções de €6,2 bilhões.
O resultado operacional ficou em €546 milhões, com alta de até 58% sobre o esperado, impulsionando margens e fortalecendo a confiança de investidores. A empresa mantém sua previsão de lucro operacional anual entre €1,7 e €1,8 bilhões — mas ressalta que, sem as tarifas, os números seriam ainda melhores.
🧾 O Grande Desafio: Tarifas dos EUA
A empresa projeta que as tarifas aplicadas aos produtos importados de Vietnã e Indonésia — suas duas principais fontes (27% e 19% das exportações para os EUA) — vão elevar os custos em até €200 milhões (~US$231 milhões) no segundo semestre.
Esses impostos entrarão em vigor em 1º de agosto, elevando tarifas ao nível de 46% para Vietnã e 43% para Indonésia. Mesmo assim, a Adidas preferiu adiantar envios dos produtos para os EUA, elevando os estoques em 16% até junho — totalizando €5,26 bilhões.
🤔 E o Consumidor? O Que Muda Nos EUA?
O CEO Bjørn Gulden alertou para o principal desafio: como os consumidores norte-americanos reagirão a possíveis aumentos de preços em um cenário de inflação crescente.
Ainda não houve decisão definitiva sobre os reajustes. A estratégia da empresa é manter os preços dos modelos atuais estáveis o máximo possível e focar os aumentos apenas em lançamentos novos ou produtos inéditos.
⚖️ Impacto no Mercado e na Marca
Apesar dos custos adicionais e da volatilidade no câmbio (o euro mais forte e dólar fraco impactaram as vendas em cerca de €300 milhões), a Adidas vem registrando alta em categorias importantes como vestuário (+17%) e calçados (+9%) no trimestre.
Os modelos Samba, Gazelle e a colaboração com a banda Oasis ajudaram a manter o impulso em produtos de estilo de vida.
Na bolsa, os papéis da Adidas caíram até 11% em um dia, refletindo a preocupação do mercado com o impacto das tarifas e a queda de desempenho nas previsões deste ano — o recuo acumulado no ano chega a 23–26%.
🎯 O Que Esperar?
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📌 Aumento de preços nos EUA: provavelmente nos produtos lançados a partir de agosto, conforme efeito das tarifas.
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💬 Reação do consumidor será determinante: inflação pode refratar a demanda.
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🌍 A Adidas segue firme: o mercado norte-americano representa até 20% das vendas totais, e a marca pretende dobrar sua presença nos EUA com novos investimentos e marketing local.
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