A Revolução de Bluey: O Desenho Que Está Redefinindo a Paternidade

A Revolução de Bluey: O Desenho Que Está Redefinindo a Paternidade

Você já ouviu falar de Bluey? Durante décadas, os desenhos animados moldaram nossa percepção de mundo — inclusive sobre o papel dos pais dentro das famílias. Muitas dessas representações, infelizmente, reforçaram estereótipos distantes da realidade (e do ideal) de uma paternidade ativa, presente e afetiva.

Pais ausentes, caricatos ou invisíveis

Pare e pense: quantos pais você lembra nos clássicos filmes de princesas da Disney? Provavelmente poucos — e, quando aparecem, são quase sempre figuras distantes, autoritárias ou meramente decorativas. Nos desenhos animados, o cenário não muda muito: George Jetson estava sempre atolado no trabalho e emocionalmente distante, enquanto o papai da Peppa Pig é frequentemente retratado como alvo de piadas, alguém que está ali mais para ser zoado do que respeitado.

Esses retratos midiáticos ajudaram a consolidar a ideia do pai como aquele que “não sabe”, “não sente” e “não participa”. E é por isso que um desenho aparentemente simples como Bluey se torna tão poderoso — e necessário.

Bandit: um novo modelo de pai

Para mim, Bluey é mais do que um desenho. É uma revolução silenciosa na maneira como retratamos (e entendemos) a paternidade. Bandit, o pai da Bluey, é um divisor de águas. Ele não é um coadjuvante na vida das filhas — ele é parte essencial da história.

Bandit brinca, se envolve, educa com criatividade, erra e pede desculpas. Ele mostra que é possível exercer autoridade sem autoritarismo, e que educar pode — e deve — vir acompanhado de afeto, escuta e ludicidade.

A paternidade que escolhi viver

É essa referência de paternidade que escolhi viver com minhas filhas, Olivia e Laila. Amo profundamente minhas meninas. Mas mais do que amar, quero estar presente por inteiro. Não como quem “ajuda” eventualmente, mas como quem constrói, educa e compartilha o dia a dia.

Não busco ser permissivo — pelo contrário. Ensino que o esforço vale mais que o resultado, que a frustração faz parte da vida, que perder também ensina e que amor e limites caminham juntos.

Sim, aqui em casa vai ter bronca. Mas vai ter amor em dobro.

Presença, exemplo e verdade

A paternidade em que acredito é feita de presença real, exemplo constante e verdade emocional. E talvez tudo comece nas histórias que escolhemos contar — e viver — com os nossos filhos.

Bluey me ensinou (e continua me ensinando) que não precisamos de superpoderes para ser bons pais. Precisamos de presença. De escuta. De intenção.

E, às vezes, de um pouco de criatividade para transformar o cotidiano em aventuras memoráveis.

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