O governo vai investir R$ 3,4 milhões em nove iniciativas para dar um boost no e-commerce nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste — especialmente fora do Sudeste. O plano? Apoiar cerca de 1.100 empresas locais com projetos inovadores, por meio de um edital promovido pela ABDI (Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial), ligada ao MDIC.
Os projetos terão duração de seis meses, e os 3 melhores serão premiados com R$ 500 mil cada (por CNPJ) para escalar a ideia. O edital foi aberto em janeiro e recebeu propostas de todos os estados.
📈 Cenário e motivação
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Em 2024, o e-commerce no Brasil movimentou R$ 225 bilhões, um salto de 14,6% em relação a 2023.
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Desde 2016, foram negociados R$ 1 trilhão em vendas online — cerca de 3,5% do PIB de 2024.
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A pandemia acelerou a entrada de empresas no varejo digital, mas o desafio hoje é levar essa força para regiões menos atendidas.
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A ABBCOM estima que até 2029 o crescimento do comércio eletrônico seguirá acima de 10% ao ano.
Adryelle Pedrosa, gerente da Unidade de Transformação Digital da ABDI, destaca:
“Precisamos regionalizar e promover um mapa mais igualitário do e-commerce no Brasil.”
Um dos critérios do edital foi que cada projeto-piloto atenda pelo menos 50 empresas. A meta total: beneficiar 1.100 negócios nessas regiões.
Além desse edital, o governo já tem outras frentes:
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Lei de Informática, com cerca de R$ 7 bilhões em crédito para inovação;
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Linha de crédito Mais Inovação, com R$ 108 bilhões e juros subsidiados.
Ricardo Capelli, presidente da ABDI, ressaltou na premiação que Norte, Nordeste e Centro-Oeste têm potencial estratégico — seja pelo agronegócio no Centro-Oeste, pela transição energética no Nordeste, ou pela nova fronteira de desenvolvimento no Norte.
🚀 Os 9 projetos que vão entrar em ação
Aqui estão as iniciativas selecionadas (e o impacto que prometem gerar):
Estado / Projeto | Objetivo principal / Destaques |
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Goiás – GO+Ecommerce | Capacitar 65 empresas com módulos sobre plataformas (Shopify, Nuvem Shop), marketing digital, integração de pagamentos e experiência do cliente. |
Goiás – Elo Digital (Anápolis-GO) | Ligar o comércio local ao digital, oferecendo suporte tecnológico, estratégia de fidelização e visibilidade. Atende 150 empresas. |
Mato Grosso do Sul – Ecommerce Mais Produtivo | Centralizar os canais de comunicação das empresas, facilitar automação e padronização do atendimento para 70 empresas. |
Mato Grosso do Sul – Projeto LicitAI | Usar inteligência artificial para buscar e interpretar editais públicos, facilitando o acesso das MPMEs às compras governamentais. Meta: 400 empresas no primeiro ano. |
Alagoas – Agreste Digital | Apoiar micro e pequenas empresas (muitas lideradas por mulheres ou jovens) com ferramentas gratuitas de gestão (estoque, finanças, NF-e, vendas). 100 empresas já participarão. |
Bahia – Quipu | Aplicar IA para transformar interações comerciais em relatórios e insights práticos, beneficiando 60 empresas na fase piloto. |
Paraíba – Saúde Positiva | Criar marketplace para clínicas e consultórios: agendamento digital, prontuário, gestão de pacientes e integração com WhatsApp. Meta: 100 estabelecimentos. |
Piauí – Made in Piauí | Impulsionar vendas online de produtos locais (castanha, mel, artesanato etc.). Já conta com 61 vendedores ativos. Será expandido para 100 empresas no piloto. |
Rondônia – Rede SocialSync | Unificar gestão de redes sociais e canais (WhatsApp, Instagram, Facebook, LinkedIn), com automação e relatórios inteligentes. Começa com 80 empresas e poderá dobrar. |
✨ O que tudo isso sinaliza
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Descentralização — reduzir a concentração do e-commerce no Sudeste e fortalecer polos regionais.
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Inovação com propósito — usar tecnologia (IA, automação, marketplaces) para resolver gargalos reais de infraestrutura e visibilidade.
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Escalabilidade — os melhores pilotos poderão ganhar investimento para crescer além das suas cidades ou estados.
Em resumo: o governo quer mais do que promover projetos isolados — ele aposta em um ecossistema digital mais equilibrado e inclusivo para o comércio eletrônico brasileiro.
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