Com a aproximação da Black Friday e das festas de fim de ano, o varejo brasileiro entra em sua temporada mais intensa — e mais competitiva. Este período, tradicionalmente responsável por uma parcela significativa do faturamento anual, exige preparo redobrado por parte das empresas. Para garantir estoques robustos, fluxo de caixa equilibrado e investimentos estratégicos, muitos negócios estão recorrendo a soluções de crédito específicas para pessoa jurídica.
E os números mostram que essa tendência não é pontual. Segundo um levantamento da PwC Brasil em parceria com a Associação Brasileira de Crédito Digital (ABCD), o crédito digital registrou um salto expressivo de 68% em 2025, movimentando R$ 35,5 bilhões — número bem superior aos R$ 21,1 bilhões de 2024. A crescente digitalização do sistema financeiro e a maior oferta de produtos para MEIs, micro, pequenas e médias empresas explicam boa parte desse avanço.
Crédito como Motor do Crescimento no Período de Alta Demanda
Para o Sebrae, o acesso a linhas de crédito é determinante para que empresas consigam atender à demanda crescente típica do último trimestre do ano. O órgão destaca que negócios que utilizam crédito de forma orientada têm 50% menos chances de encerrar as atividades, segundo estudos realizados pela instituição.
O governo federal também tem reforçado o papel estratégico do crédito para fomentar a atividade econômica. Até setembro de 2025, os programas ProCred e Pronampe já haviam liberado R$ 21 bilhões em financiamentos para MEIs, micro e pequenas empresas — uma injeção essencial para quem precisa investir rapidamente em estoque, logística ou tecnologia.
Black Friday 2025: Faturamento Maior e Consumidor Mais Exigente
As expectativas para o varejo são otimistas. O Sebrae projeta que a Black Friday deste ano deve alcançar R$ 13 bilhões em vendas, crescimento de 8% em comparação a 2024. A combinação de juros menores, renda em recuperação e antecipação das compras natalinas cria o cenário ideal para quem está preparado.
Mas se o consumidor está comprando mais, também está comprando melhor. A decisão de compra está mais racional, exigindo estratégias bem planejadas. Entre as principais recomendações:
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Revisão cuidadosa do estoque e das margens.
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Negociação com fornecedores para evitar rupturas e custos extras.
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Planejamento operacional e financeiro com antecedência.
Benefícios Esquecidos: Programas de Pontos e Serviços Bancários
Outro ponto importante é o uso das vantagens oferecidas por bancos e instituições financeiras. Muitos empreendedores ainda desconhecem ou subutilizam benefícios vinculados a contas PJ e cartões corporativos — como programas de pontos, cashback e descontos na fatura.
Uma pesquisa do C6 Bank em parceria com Ipsos-IPec mostra que, embora 54% das pessoas das classes mais altas tenham cartões que acumulam pontos, apenas 25% utilizam de fato esse benefício. Para empresas, esse tipo de vantagem pode representar economia significativa ao longo do ano.
Tecnologia, IA e Automação: Aliadas do Varejo na Alta Temporada
Além do crédito, outro fator diferencia quem prospera nesse período: o uso estratégico da tecnologia. Segundo o Sebrae, ferramentas digitais acessíveis estão transformando o modo como pequenas empresas se posicionam no mercado.
Entre as recomendações estão:
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Uso de inteligência artificial generativa para criação de campanhas e conteúdos.
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Automação de fluxos de marketing.
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Implementação de sistemas de CRM para personalização de ofertas.
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Testes prévios de campanhas e canais para maximizar performance.
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Engajamento por meio de influenciadores locais e redes sociais.
Transparência também se tornou um requisito. Com consumidores mais atentos a preços inflados, oferecer descontos reais e comunicação clara é essencial para manter a credibilidade.
Impacto no Mercado de Trabalho: Mais de 118 mil Vagas no Varejo
O aquecimento do consumo não impacta apenas vendas e crédito. O mercado de trabalho também sente o reflexo. Um estudo da CNDL e SPC Brasil, em parceria com Offerwise Pesquisas, estima que o varejo deve gerar 118 mil vagas neste fim de ano — quase 8 mil a mais do que em 2024.
Os destaques incluem:
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50% das empresas pretendem contratar trabalhadores temporários.
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34% já esperam efetivar parte desses colaboradores.
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O tempo médio dos contratos gira em torno de 2,5 meses.
As funções mais procuradas continuam sendo ligadas ao atendimento direto ao público, como vendedores, recepcionistas e balconistas. Além disso, a formalização está em alta: 53% das vagas devem ter carteira assinada — aumento relevante em relação ao último ano.
Conclusão: Crédito, Tecnologia e Planejamento — A Tríade do Sucesso
A soma desses fatores deixa claro que o varejo só tem a ganhar ao se preparar de maneira estratégica para o fim do ano. A obtenção de crédito adequado, aliada à adoção de tecnologias acessíveis e ao planejamento operacional, coloca empresas — especialmente micro e pequenas — em uma posição vantajosa para aproveitar a melhor temporada de vendas do ano.
O momento é de oportunidade. E quem agir agora estará mais bem posicionado para transformar o aumento da demanda em crescimento consistente ao longo de 2025.
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