A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de manter a taxa Selic em 15% ao ano, anunciada na reunião de 5 de novembro, confirmou o que o mercado já esperava: a política monetária continuará restritiva por mais tempo.
Apesar de uma leve desaceleração nos índices de preços nos últimos meses, a inflação ainda supera o teto da meta do Banco Central (BC). Somado a isso, o ambiente de incerteza fiscal mantém o cenário de cautela e impede qualquer movimento de flexibilização nos juros no curto prazo.
Riscos inflacionários e desconfiança fiscal
Em comunicado oficial, o BC ressaltou que os riscos inflacionários seguem elevados, impulsionados pela desancoragem das expectativas, pela resistência da inflação de serviços e pela valorização do dólar frente ao real.
Para o Sindilojas-SP, entidade que representa o varejo paulistano, a decisão reflete a falta de confiança na sustentabilidade fiscal do país e reforça a necessidade de manter uma postura monetária contracionista.
“O país convive com juros em patamar recorde desde 2006, o que afeta diretamente a atividade econômica. O crédito continua caro tanto para as famílias quanto para as empresas, comprometendo a rentabilidade dos negócios e freando o consumo”, destaca Aldo Nuñez Macri, presidente do Sindilojas-SP.
Crédito caro e perspectivas para 2026
Levantamento da entidade, com base em dados do Banco Central, mostra que o custo do crédito no sistema bancário permanece elevado, restringindo investimentos e reduzindo o poder de compra da população.
As projeções indicam que eventuais cortes na Selic só devem ocorrer a partir de 2026, e de maneira gradual, conforme o país apresente avanços concretos no controle da inflação e no equilíbrio das contas públicas.
“Enquanto não houver um ajuste fiscal efetivo, o Banco Central continuará usando a taxa de juros como principal ferramenta de combate à inflação. Para o empresário, especialmente no varejo paulistano, a mensagem é clara: é hora de planejar, reduzir custos e preservar liquidez para enfrentar um período prolongado de crédito restrito”, reforça Macri.
O que esperar para 2025
O Sindilojas-SP avalia que 2025 será um ano de prudência financeira. Com a demanda ainda enfraquecida e o crédito caro, as empresas precisarão fortalecer o planejamento, melhorar a eficiência operacional e focar na sustentabilidade para atravessar o ciclo de juros altos.
Em um cenário em que o otimismo econômico depende diretamente de um ajuste fiscal sólido, o controle financeiro e a gestão estratégica se tornam as principais ferramentas do varejista para continuar competitivo.
Leia também: Nova marca no mercado – Atto Primo: Licor de Pistache de Qualidade Premium





