IA ganha força no franchising brasileiro, mas ainda avança em ritmo de testes, aponta estudo da ABF

IA ganha força no franchising brasileiro, mas ainda avança em ritmo de testes, aponta estudo da ABF

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A adoção da inteligência artificial (IA) nas redes de franquias brasileiras está evoluindo, mas ainda em ritmo gradual e com desafios importantes a serem superados. É o que revela o estudo inédito “Uso da Inteligência Artificial pelas Redes de Franquias 2025”, conduzido pela Associação Brasileira de Franchising (ABF).

Segundo o levantamento, 37% das franqueadoras encontram-se atualmente na fase de testes da tecnologia — o maior percentual entre os respondentes. Outras 22% já utilizam IA de forma não estruturada, enquanto 26% afirmam possuir processos estruturados de uso. Ou seja, apenas um quarto das redes realmente consolidou uma aplicação organizada da inteligência artificial.

Primeiros passos e ganhos iniciais

O estudo também mostra que 40% das marcas ainda estão explorando possibilidades, experimentando ferramentas e mapeando oportunidades. Já 34% das redes atuam em um estágio intermediário, obtendo ganhos pontuais, mas ainda sem uma transformação profunda em seus modelos de negócio.

Para Tom Moreira Leite, presidente da ABF, o setor de franchising está entrando em um momento decisivo de evolução digital.

“Embora seja algo muito novo, a IA já se faz mais presente entre as estratégias do franchising brasileiro. A adoção cresce, mas ainda há um caminho importante de aprendizado e estruturação. A tecnologia precisa avançar para gerar uma transformação mais acentuada no setor”, destaca.

Chatbots e IA generativa são as ferramentas mais populares

Entre as soluções mais utilizadas, chatbots e assistentes virtuais lideram a lista, presentes em 75% das franqueadoras. Logo depois aparecem as ferramentas de IA generativa de texto, como o ChatGPT, usadas por 71% das redes.

Para Carlos Zilli, diretor-adjunto de Estratégia Digital da ABF, o momento é de transição entre curiosidade e maturidade digital.

“As redes começam a perceber que a IA não é apenas uma ferramenta operacional, mas um diferencial competitivo. Ganho efetivo é aquele incorporado à rede, e a mensuração desses benefícios será fundamental daqui para frente”, afirma.

Marketing lidera as aplicações de IA no franchising

O levantamento revela que o marketing é a área que mais utiliza IA, concentrando 83% das aplicações. Entre os usos mais citados estão:

  • Criação de conteúdo

  • Gestão de redes sociais

  • Relacionamento com o consumidor

Logo em seguida vêm os materiais internos (62%) e o atendimento ao cliente (55%).
Ainda que o uso atual esteja muito focado em tarefas de apoio e produtividade, a expectativa é que, nos próximos anos, a tecnologia avance para áreas como operações, análises preditivas e gestão estratégica.

Principais benefícios percebidos

As franqueadoras identificam vantagens claras no uso da IA:

  • Aumento de produtividade – 73%

  • Automação de tarefas repetitivas – 63%

  • Melhoria no atendimento ao cliente – 51%

  • Apoio à tomada de decisão – 41%

  • Personalização da comunicação – 40%

Apenas 4% das redes afirmaram ainda não perceber ganhos concretos.

Desafios ainda limitam a adoção plena

Apesar do avanço, a jornada não é simples. Os principais obstáculos citados são:

  • Falta de conhecimento técnico interno – 47%

  • Dificuldade de integração com sistemas existentes – 39%

  • Custos de implementação – 38%

Zilli reforça que o desafio não é apenas tecnológico, mas também cultural:

“Há dificuldades de entendimento e cultura organizacional. Por isso, iniciativas de capacitação, como a ABF Academy, são fundamentais para auxiliar as redes na adoção eficiente da IA.”

Baixa maturidade em políticas formais de IA

Outro dado relevante é que poucas franqueadoras possuem políticas formais para uso da tecnologia. Embora muitas já caminhem para essa adequação, mais de um terço das redes ainda não tem o tema estruturado, especialmente entre empresas de menor porte.

Metodologia

A pesquisa foi realizada online entre 8 de julho e 8 de agosto, com 419 respondentes representando 64.060 operações. A amostra corresponde a 32% das operações do setor, e os dados refletem o universo total das marcas de franchising que operam no Brasil.

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