A Black Friday 2025 se aproxima e, com ela, as expectativas do varejo brasileiro ganham contornos mais estratégicos. Uma pesquisa exclusiva realizada pela RCELL aponta que, apesar de um cenário econômico ainda dividido, a confiança entre os varejistas permanece alta. O levantamento indica projeções positivas tanto para o volume de vendas quanto para o faturamento, enquanto o consumidor se mostra cada vez mais exigente e atento às condições de compra.
O estudo foi conduzido durante o ENTER 2025, evento realizado entre 16 e 19 de setembro no Japy Golf Resort Hotel, que reuniu mais de 200 profissionais do setor, incluindo varejistas, indústrias e a equipe RCELL. Ao longo de palestras, estandes e rodadas de negócios, o encontro reforçou seu papel como um hub de inovação e planejamento para o comércio inteligente.
Perfil dos participantes e abrangência nacional
A pesquisa contou com respondentes altamente representativos do varejo tecnológico brasileiro. Entre os entrevistados:
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36% são compradores;
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32% gestores de compras ou categoria;
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16% proprietários de empresas.
Em relação ao porte das companhias, 64% pertencem ao segmento de médio porte, enquanto 32% representam grandes redes nacionais. A atuação cobre diferentes categorias — de eletrônicos a móveis — com predominância das regiões Sudeste e Nordeste.
Essa diversidade reforça a consistência do levantamento e sua aplicação prática para entender o comportamento do setor às vésperas de uma das datas mais importantes do calendário comercial.
Otimismo moderado: projeções de vendas e faturamento
Os números do estudo mostram que o varejo aposta em crescimento. Em 2024, a maior parte das compras concentrou-se em tíquetes médios entre R$ 501 e R$ 1.500 (56%), seguidos pela faixa de R$ 1.501 a R$ 2.500 (36%).
Para 2025, 36% das empresas projetam um aumento acima de 15% nas vendas. Além disso, 64% dos varejistas esperam ultrapassar R$ 10 milhões em faturamento durante a Black Friday.
As categorias mais promissoras incluem:
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Eletrodomésticos – 36%
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Smartphones – 28%
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Eletroeletrônicos – 24%
Apesar do otimismo, a percepção do impacto econômico segue dividida: 28% apontam neutralidade, 24% veem influência negativa, 16% acreditam em efeito positivo e 32% ainda consideram o cenário incerto.
Planejamento mais robusto e foco em estratégias comerciais
A preparação para a Black Friday ficou mais antecipada e estruturada. O estudo revela que:
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48% iniciaram o planejamento com dois meses de antecedência;
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36%, com quatro meses.
A escolha dos produtos em promoção é guiada por:
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Demanda do consumidor (28%);
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Planejamento estratégico interno (24%);
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Direcionamento do distribuidor (20%).
Quanto aos descontos, 72% dos varejistas pretendem aplicar reduções entre 11% e 30% — índices considerados competitivos, porém sustentáveis para o negócio.
Na comunicação, os canais digitais dominam:
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Instagram – 88%
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Site próprio – 80%
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Facebook – 68%
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TikTok Shop – 52%, que ainda ganha espaço após sua entrada mais ativa no Brasil em 2025.
Segundo Alexandre Della Volpe, diretor de marketing da RCELL, “o consumidor está mais criterioso, busca preços competitivos, entrega rápida e benefícios adicionais, como frete grátis e promoções relâmpago. Esse conjunto reforça a importância de planejamento e estratégias assertivas para alcançar relevância na data”.
Quem é o consumidor da Black Friday 2025?
O estudo também traça um retrato detalhado do comprador típico para este ano:
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Idade predominante entre 35 e 50 anos (56%);
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Seguida por consumidores de 25 a 34 anos (36%);
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Equilíbrio de gênero em 56% dos casos.
A experiência física ainda é a preferida, mas os canais digitais já representam 28% das compras, com destaque para plataformas próprias e marketplaces. O WhatsApp desponta como ferramenta de apoio ao processo de compra, enquanto redes sociais atuam majoritariamente como influenciadoras.
Para 2025, as expectativas sobre o comportamento do consumidor incluem:
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Busca por descontos agressivos – 84%
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Comparação intensiva de preços – 60%
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Interesse em itens de maior valor agregado – 48%
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Preferência por parcelamentos de 7 a 10 vezes – 56%
Experiência do cliente e pós-venda ganham relevância
Mais de um terço dos varejistas (36%) já utiliza o NPS para medir satisfação. Outros 32% recorrem ao SAC e às redes sociais, enquanto a mesma porcentagem ainda não adota ferramentas formais — um desafio e uma oportunidade.
Apesar disso, 72% afirmam usar feedback de forma recorrente para implementar melhorias, priorizando:
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Comunicação de ofertas (24%)
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Variedade de produtos (24%)
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Agilidade na entrega (20%)
O relacionamento pós-Black Friday é mantido principalmente por:
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WhatsApp – 72%
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E-mail marketing – 68%
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CRM – 52%
Em 40% dos casos, as ações continuam até o Natal, visando prolongar o ciclo de conversão.
Tendências que devem moldar o varejo nos próximos anos
Os participantes também apontaram tendências que devem impactar o setor no médio prazo:
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Crescimento das vendas via redes sociais (64%)
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Integração entre loja física e online (56%)
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Expansão dos marketplaces (48%)
Além disso, mudanças no comportamento do consumidor já são visíveis:
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68% percebem maior exigência por prazos de entrega menores
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40% observam compras mais racionais, com forte comparação de preços
Esse movimento reforça a necessidade de investimentos em logística, automação e inteligência de dados.
Conclusão
A Black Friday permanece como uma das principais oportunidades de alavancagem comercial no varejo brasileiro. Porém, mais do que nunca, exige maturidade, estratégia e foco no cliente.
A pesquisa da RCELL mostra que o setor está consciente desse novo cenário — e preparado para crescer. Nas palavras da companhia, “entender essas tendências é fundamental para apoiar varejistas e garantir resultados sustentáveis em um ambiente cada vez mais competitivo”.
Com consumidores mais atentos, múltiplos canais de venda e a digitalização acelerada, a Black Friday 2025 promete ser mais do que uma data promocional: será um termômetro da evolução do varejo no Brasil.
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