Toda franquia enche o peito para descrever “qual o seu perfil de franqueado”, mas pouca gente se dá conta de que a escolha também acontece na direção contrária.
O franqueado precisa, sim, escolher o perfil do franqueador, afinal, não se trata apenas do produto ou do contrato, mas da cabeça por trás do negócio.
Pensando nisso, elenquei três tipos de fundadores que aparecem com frequência no franchising brasileiro:
Guia
Para o candidato, entrar em uma rede assim é como entrar em um mundo à parte.
O fundador é a estrela, o rosto da propaganda, a personificação do sonho.
É inspirador, afinal, quem não gostaria de um gênio que começou um império na cozinha de casa? Mas há fatores adversos: a figura central pode sufocar a autonomia, e o humor de uma pessoa pode ditar o rumo da operação. Para franqueados que desejam alguma independência, pode ser sufocante.
Visionário
Aqui, o que atrai é a crença no mundo em que vamos viver.
O franqueador fala em propósito, transformação, impacto, abrir uma unidade é quase “juntar-se a um movimento”.
Assim emergem histórias de persistência que transformam cada loja em parte de um ideal maior. O risco é que, em meio a tanto idealismo, o franqueado se veja trabalhando por um sonho que não é seu.
Governador
Este é o perfil que o franqueado mais pragmático procura.
O governador constrói sistemas, pensa em processos, desenha a máquina de crescimento.
Se para uns isso soa burocrático, para outros é sinônimo de estabilidade. Basta olhar para os maiores grupos, eles souberam montar plataformas que funcionam sem a presença de um líder carismático.
Para o franqueado que busca previsibilidade e longo prazo, esse é o perfil mais desejado.
Em resumo
A pergunta, portanto, não é só “qual franquia abrir?”, mas também: “qual tipo de fundador você quer ao seu lado?”.
O Guia oferece inspiração, mas cobra lealdade, o Visionário traz propósito, mas pode se perder em delírios, enquanto o Governador garante a ordem, mas exige disciplina.
No fim, o sucesso do franqueado está tanto na escolha do negócio quanto na sintonia com o tipo de liderança que vai guiar sua jornada.
Porque, no franchising, você não embarca apenas uma marca, você entra na cabeça de quem a criou.
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