Nos últimos anos, falar sobre liderança ganhou novas camadas de complexidade. Entre discursos sobre empatia, flexibilidade e propósito, a pergunta permanece: o que é, afinal, ser um bom líder nos tempos atuais?
Uma boa analogia pode ser encontrada na paternidade — mais especificamente, na figura de um pai ativo e presente.
Liderar Não é Agradar Nem Controlar
Um bom líder não é aquele que busca apenas agradar, evitando qualquer desconforto. Esse caminho, embora pareça gerar harmonia no curto prazo, muitas vezes leva à falta de clareza, desmotivação e até perda de rumo.
Por outro lado, também não é o líder autoritário, que impõe regras e decisões pelo medo, sufocando a autonomia da equipe.
O equilíbrio está no meio: orientar, apoiar, incentivar e, quando necessário, corrigir com firmeza. É o mesmo papel de um pai que educa: que brinca, acolhe, orienta — mas também estabelece limites, mesmo que isso gere incômodo no momento.
O Risco de Confundir Empatia com Omissão
Vivemos um momento em que a palavra empatia ganhou destaque no universo corporativo. E, sim, ela é essencial. Mas existe um risco crescente de confundir empatia com complacência.
Ser empático não significa se omitir diante de falhas, evitar feedbacks difíceis ou abrir mão da responsabilidade de guiar. Significa compreender as pessoas e ainda assim ajudá-las a evoluir, mesmo que o caminho seja desafiador.
Liderar é Assumir Responsabilidade
Ao contrário do que muitos dizem, empresa não é família. Os vínculos são diferentes, os objetivos são distintos.
Ainda assim, a liderança exige algo parecido com a paternidade responsável: a disposição de formar pessoas, crescer junto com elas e manter o rumo mesmo em momentos turbulentos.
Isso significa, muitas vezes, segurar firme o leme quando o mar aperta, tomar decisões impopulares, sustentar padrões de qualidade e preservar a cultura organizacional.
Conclusão
Ser um bom líder hoje não é sobre ser o mais popular ou o mais temido. É sobre ser confiável: alguém que guia, apoia e corrige com o objetivo de fazer a equipe e o negócio prosperarem.
Assim como na paternidade presente, a liderança verdadeira combina acolhimento e firmeza — sempre com a responsabilidade de preparar as pessoas para navegar por mares cada vez mais complexos.
