O crescimento é um desejo e um desafio para todos os empreendedores. Entre o aumento de responsabilidade, a contratação de novas equipes e as possibilidades de expansão, uma dúvida surge: como manter a cultura?
Não é incomum vermos varejistas que se perderam nessa fase de crescimento, que ficaram sem identidade ou até mesmo fecharam as portas.
Entender como lidar com essa fase de transformação é essencial para a gestão de pessoas e também para a relação com os clientes. E em um varejo cada vez mais competitivo, é importantíssimo manter a velocidade.
Essas são algumas lições que aprendi para que a Petz conseguisse crescer sem se perder do seu norte.
Entenda o momento certo de crescer
Todos os anos o nosso país ganha milhares novas empresas e a maioria delas está dentro da categoria de comércio. São 39,4% de novos negócios no setor por ano, segundo o IBGE.
Ainda assim, a taxa de empresas que morrem aos 5 anos é de 60%.
São vários erros que levam a esses resultados, inclusive um ambiente de negócios desfavorável. Entretanto, acredito que muitos empreendedores encontram dificuldades ao escolherem o momento errado para crescer.
Quando comecei a Petz, foquei primeiro em alcançar a estabilidade na primeira loja. Poderia ter expandido mais cedo? Talvez sim, mas seria arriscado.
E sim, faz parte do varejo ser veloz,decidir rápido e a partir disso avançar. Mas é preciso ter muito cuidado no momento de começar a escalar, tendo clareza dos passos que serão dados.
A cultura não é estática
Quando a expansão começa a acontecer, surge a dificuldade de conseguir manter a cultura.
Apesar deste ser o desejo de diferentes empreendedores, acredito que tentar manter a mesma cultura a todo custo é um erro. A cultura deve se transformar e se adaptar com o tempo.
O que na verdade deve se manter inalterável são os valores. Essa é a essência real do negócio, é o propósito que move as estratégias e o que realmente toca a vida dos consumidores.
Usando mais uma vez a Petz como exemplo, nas primeiras 27 lojas sempre decidi sozinho qual seria o nosso próximo ponto. E essa decisão era totalmente baseada no meu feeling de que aquele local daria certo.
Atualmente, não tomo mais essa decisão sozinho e temos vários pesquisadores capacitados para definir qual é o melhor local para a abertura de uma loja.
Essa mudança na tomada de decisão representa uma mudança de cultura. E isso precisou acontecer, porque se a forma de fazer não se alterasse a empresa não continuaria crescendo.
Por isso, acredito que você deva passar mais tempo reforçando os valores e entendendo como adaptar a cultura.
Mantenha total proximidade com o cliente
O terceiro ponto já é central mesmo que a empresa não esteja em expansão, mas se torna questão de vida ou morte durante o crescimento.
Sem manter e nutrir a conexão dos clientes não haverá avanço.
Isso significa escutar suas demandas, perceber as suas necessidades e entender como oferecer melhores soluções a partir do seu crescimento.
Também é um momento que pode significar mudanças, porque com a expansão também vem o contato com novos públicos. Porém, mais uma vez, isso não deve representar uma mudança nos seus valores.
Pode ser preciso mudar a construção de marca ou até mesmo de nome – como aconteceu com a Petz, que antes era Pet Center Marginal – só que nada disso deve mudar a essência do negócio.
O momento de desenvolvimento de uma empresa é delicado e também muito especial. Desejo que cada vez mais empreendedores e varejistas façam essa escalada, de forma natural e saudável.
Como você tem organizado o crescimento da sua empresa?
Leia também: Social commerce e a competitividade das vendas online