A pesquisa mais recente do BTG Pactual com 74 investidores revelou que o setor de varejo brasileiro voltou ao radar do mercado. Após uma valorização média de 30% desde abril entre as 28 ações monitoradas, cresce a confiança em teses ligadas a vestuário, joias e varejo físico.
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Recuperação impulsionada por fundamentos e cenário macro
Segundo os analistas do BTG, o bom desempenho das ações reflete dois fatores principais:
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Melhora dos fundamentos operacionais das empresas, com revisões positivas de lucros;
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Queda gradual dos juros reais de longo prazo, que torna o setor mais atrativo.
Embora os múltiplos não estejam mais nos níveis de estresse vistos no início do ano (o P/L passou de 9x em janeiro para 12,5x), ainda há espaço para expansão.
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Varejo físico lidera a preferência
O levantamento mostra que 62% dos investidores estão com alocação alta no setor de varejo, e quase metade pretende aumentar a exposição. O maior interesse está em empresas de vestuário e joias:
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60% aumentaram exposição nesse segmento nos últimos dois meses
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Apenas 18% aumentaram exposição em e-commerce
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22% ampliaram alocação em varejo alimentar
Entre as ações favoritas para posições compradas, se destacam:
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Smart Fit (SMFT) – 22%
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Vivara (VIVA) – 15%
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Lojas Renner (LREN) – 13%
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Mercado Livre (MELI) – 12%
No lado oposto, Raia Drogasil (RADL) lidera entre as posições vendidas (24%), seguida por PETZ (13%).
Destaques por empresa
🟩 Lojas Renner (LREN)
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41% esperam crescimento de vendas mesmas lojas (SSS) acima de 15% no 2T25
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80% estimam lucro líquido de R$ 1,7 a R$ 1,8 bilhão em 2026 (em linha com a projeção do BTG)
🟩 C&A (CEAB)
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62% projetam crescimento de SSS igual ou superior a 17% no 2T25
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49% esperam lucro entre R$ 500-520 milhões em 2026
🟨 Azzas (AZZA3)
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Investidores seguem conservadores: 71% preveem margens EBITDA estáveis no 2T25
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Lucro estimado para 2025 entre R$ 700-750 milhões (vs. R$ 811 milhões projetados pelo BTG)
🟩 Vivara (VIVA3)
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Segunda ação preferida para posição comprada
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Apesar da expectativa de leve pressão na margem bruta, os investidores enxergam valuation atrativo (P/L de 9x) e melhora operacional gradual
Perspectiva: seletividade será chave
Mesmo com a recuperação, o BTG alerta que novas altas dependerão da continuidade da melhora macroeconômica e das revisões de lucro. A casa mantém uma postura seletiva, com foco em empresas com fundamentos sólidos e momento operacional positivo.
🔎 Top picks do BTG: Smart Fit, Mercado Livre, C&A, Renner, Grupo Mateus e Azzas.
Conclusão
O varejo brasileiro vive um momento de renovado otimismo no mercado de capitais. Com maior confiança dos investidores e bons sinais operacionais, o setor pode continuar a surpreender — desde que siga evoluindo em rentabilidade, gestão e adaptação às novas dinâmicas de consumo.